Um jornalista atraiu a atenção do público depois que sua descrição de crimes corporativos o colocou na lista dos mais procurados da China, num caso que testa os limites da liberdade de imprensa no país.

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Qiu Ziming, repórter em Xangai do jornal semanal Economic Observer, fugiu há dias após aparecer na lista nacional de procurados por causa de uma reportagem publicada em junho. O texto expõe supostas improbidades cometidas pela fabricante de baterias Kan Specialties. A empresa teria divulgado informação privilegiada para algumas pessoas, segundo meios de comunicação chineses.

A companhia, localizada no condado de Suichang, província de Zhejiang, e listada na bolsa de valores da cidade de Shenzhen, negou as informações da matéria e acusou Ziming de difamação. O jornalista continua a defender sua inocência e exige justiça em textos publicados em blogs, conquistando o apoio do público.

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"O que eu escrevi é verdade", disse Ziming, em um post colocado em seu blog no Sina.com, um dos principais portais do país, acrescentando que tem evidências "muito claras" de crimes cometidos pela empresa e que não teme a polícia.

O jornalista fugiu após receber a informação de que a polícia de Suichang estava procurando por ele, informou o jornal estatal Global Times. A mídia na China é rigidamente controlada, mas está gradualmente se tornando agressiva ao expor condutas ilegais de corporações e autoridades.

Uma pesquisa online feita pelo portal Sina.com, que atraiu mais de 33 mil respostas, mostrou que 86% dos usuários veem a perseguição da polícia como "ilegal", e 98% acreditam nas informações da matéria sobre a Kan Specialties.

No mês passado, o independente Economic Observer, uma das publicações financeiras mais respeitáveis da China, publicou um comunicado defendendo Ziming. "Nós condenamos fortemente o uso do poder público para subjugar e ameaçar a segurança pessoal de profissionais de mídia", diz o texto.