Um comando britânico libertou nesta quarta-feira (9) um jornalista do "The New York Times", mantido refém pelo Taleban desde que foi capturado no fim de semana no norte afegão. Um dos militares, porém, e o tradutor do repórter morreram no resgate, segundo funcionários. Com cidadania britânica e irlandesa, o repórter Stephen Farrell foi capturado junto com o tradutor na província de Kunduz, no sábado. Diversos repórteres estavam nesse local para investigar a morte de civis em um ataque dos Estados Unidos, a pedido de militares alemães, contra dois caminhões-tanque.

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Dois militares afirmaram que um soldado britânico morreu durante o ataque. Eles falaram sob condição de anonimato. O "Times" informou que o tradutor de Farrell, o afegão Sultan Munadi, de 34 anos, também foi morto. O repórter do diário norte-americano não ficou ferido.

Funcionários afegãos disseram no fim de semana que aproximadamente 70 pessoas morreram quando jatos dos EUA lançaram duas bombas sobre caminhões-tanque na semana passada, causando uma grande explosão. Havia relatos de que moradores que tinham ido pegar combustível dos tanques estavam entre os mortos. Farrell foi verificar a história. O jornal não havia informado sobre o sequestro, temendo pela segurança do profissional. Outros meios também não divulgaram a informação, a pedido do "Times".

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Um porta-voz do governador de Kunduz informou que forças britânicas invadiram, no início desta quarta-feira, a casa onde o repórter e o tradutor eram mantidos, começando um tiroteio. Um comandante do Taleban morreu na ação, junto com o proprietário da casa e uma mulher que estavam dentro, segundo o funcionário. O tradutor também morreu no tiroteio. O afegão Sultan Munadi estava trabalhando para o jornalista como freelance, era casado e tinha dois filhos.

Farrell foi o segundo jornalista do "The New York Times" a ser sequestrado no Afeganistão em um ano. Em junho, o repórter David Rohde e seu colega afegão Tahir Ludin escaparam do Taleban, no noroeste do Paquistão. Eles haviam sido capturados em 10 de novembro, ao sul de Cabul, e levados para o país vizinho.