WASHINGTON - O jornalista do "Washington Post" Bob Woodward testemunhou nesta semana na investigação do vazamento da identidade de uma agente da CIA (agência de inteligência americana) e disse que uma importante autoridade do governo Bush disse a ele sobre a mulher um mês antes de ela ser publicamente identificada.
Woodward, que ficou famoso cobrindo o escândalo de Watergate, ao lado do colega Carl Bernstein, há 31 anos, escreveu nesta quarta-feira no jornal da capital americana ter testemunhado, sob juramento, durante duas horas na segunda-feira sobre entrevistas com três atuais ou antigas autoridades da administração federal relacionadas à investigação do vazamento.
O promotor especial Patrick Fitzgerald está investigando quem vazou a identidade da agente Valerie Plame, cujo marido, o diplomata Joseph Wilson, havia feito uma crítica pública à política americana em relação ao Iraque.
"A primeira vez em que fui contactado pelo escritório de Fitzgerald foi em 3 de novembro, após uma dessas três autoridades ter ido a Fitzgerald para discutir uma entrevista comigo em meados de junho de 2003, durante a qual a pessoa me disse que a esposa de Wilson trabalhara para a CIA como uma analista de armas de destrioção em massa", escreveu o jornalista no diário.
Woodward classificou a menção como "casual e sem cerimônia", e disse a informação não parecia ser secreta. As entrevistas ocorreram quando Woodward estava pesquisando um livro sobre os caminhos que levaram à guerra no Iraque.
A identidade de Plame como agente secreta foi revelada em uma coluna do jornalista Robert Novak, em julho de 2003, pouco depois de Wilson publicar em um jornal a acusação de que o o governo Bush distorcera informações de inteligência sobre o Iraque.
As investigações do caso levaram ao indiciamento de Lewis Libby Jr., ex-chefe de gabinete do vice-presidente americano, Dick Cheney, em setembro deste ano por Fitzgerald. Libby foi indiciado sob cinco acusações: uma de obstrução da Justiça, duas de perjúrio e duas de falso testemunho.
Uma das três fontes de Woodward foi Libby, que renunciou ao cargo no gabinete de Cheney após o indiciamento. O jornalista não identificou as duas outras fontes.
Em junho deste ano, o ex-número dois do FBI, a polícia federal americana, W. Mark Felt, revelou ter sido a fonte, conhecida como "Garganta Profunda", de Woodward e Bernstein no rumoroso caso nos anos 70 que levou à renúncia do presidente Richard Nixon.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Deixe sua opinião