Um repórter fotográfico e quatro mulheres foram encontrados mortos em um apartamento da Cidade do México. Segundo familiares do jornalista, ele havia se mudado do Estado de Veracruz por conta de ameaças.

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Rubén Espinosa trabalhava na revista investigativa “Proceso”. Ele tinha se transferido de Veracruz, onde trabalhava, para o Distrito Federal há algumas semanas porque se sentia ameaçado e acossado.

“Estava muito assustado”, relatou ao jornal “El Universal” o diretor da agência Cuartoscuro, Pedro Valtierra, para qual o jornalista colaborava. Colegas da “Proceso” disseram que Espinosa falava de “autoexílio”.

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Ele foi identificado neste sábado (1) nas instalações do Serviço Médico Legista por uma de suas irmãs, segundo a revista. O corpo tinha um golpe no rosto e duas marcas de tiro.

Os cinco corpos foram descobertos na noite de sexta-feira (31). Vizinhos do apartamento em Narvarte, um bairro de classe média na Cidade do México, viram o corpo de uma mulher preso à cama e chamaram a polícia. Todos os corpos estavam com as mãos amarradas por fitas adesivas, sinais de tortura e marcas de tiros.

“O resultado das primeiras investigações permitiu estabelecer que três das mulheres vítimas residiam no apartamento onde ocorreu o crime”, informou o Ministério Público. A quarta mulher seria empregada doméstica, segundo a investigação inicial.

Horas antes da identificação do corpo por sua irmã, a organização defensora do direito à liberdade de expressão Artículo 19 denunciou o desaparecimento de Espinosa na rede social Twitter: “A pedido dos familiares de Rubén Espinosa, se torna público que há 24 horas se desconhece o paradeiro do fotojornalista”.

O México está sendo atingido por uma onda de violência ligada ao narcotráfico, que já deixou mais de 100 mil mortos e 22 mil desaparecidos desde 2006, quando o governo lançou uma operação militar contra o crime organizado.

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Em Veracruz, de onde Espinosa fugiu, 11 jornalistas foram mortos desde 2010, segundo o Comitê de Proteção aos Jornalistas. A ONG Article 19 chamou a morte de Espinosa de um novo nível de violência, já que ele foi morto na capital, onde muitos jornalistas buscam refúgio e onde o governo federal mantém uma agência de proteção a estes profissionais.

Espinosa relatara que estava sendo perseguido, fotografado e assediado do lado de fora de sua casa em Xalapa, capital do Estado.