O jornalista francês Romeo Langlois foi libertado nesta quarta-feira (30) pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), após 32 dias de cativeiro. O profissional foi entregue à missão humanitária composta pela Cruz Vermelha Internacional, pelo coletivo comandado pela ex-senadora colombiana Piedad Córdoba.
Vestido com uma camisa cinza e uma calça preta, o jornalista chegou às 13h30 locais (15h30 de Brasília) em um carro, conversou com a imprensa cercado de guerrilheiros, e foi entregue à comissão humanitária.
De acordo com o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), a operação de resgate teve início nesta manhã. A delegação responsável pelo resgate partiu hoje da cidade de Florencia, no sul do Estado de Caquetá.
De acordo com a entidade, o Exército colombiano suspendeu todas suas atividades militares na noite de ontem a fim de garantir a realização do resgate. O grupo saiu em direção ao vilarejo onde Langlois foi entregue por volta das 5h (7h em Brasília).
O jornalista francês desapareceu no final de abril depois de viajar com as tropas colombianas para uma operação de destruição de laboratórios de cocaína, em uma zona rural no departamento (Estado) de Caquetá, quando houve um confronto com as Farc.
Nesta segunda-feira, foram divulgadas as primeiras imagens de Langlois em aparente bom estado de saúde enquanto era atendido por guerrilheiros após ter sofrido um ferimento superficial no braço causado por um tiro.
Sorridente e com uma toalha ao redor da cintura, o correspondente da rede "France 24" foi gravado em um acampamento da guerrilha no meio da selva. Nas imagens, as primeiras divulgadas desde que Langlois foi sequestrado pelas Farc, o jornalista é visto com um curativo no braço. "Uma pessoa sabe a que se expõe quando faz este tipo de atividades. Na verdade eu não pensava que isso se tornaria tão terrível", diz o repórter no vídeo.
Langlois foi ferido no braço em meio ao combate entre os militares que o acompanhavam e um grupo de guerrilheiros no departamento de Caquetá (sul da Colômbia).
As Farc travam, há mais de 45 anos, uma luta armada contra o Estado colombiano e contam atualmente com 9.200 combatentes, de acordo com o Ministério da Defesa. Em fevereiro, anunciaram o fim do sequestro de civis com fins de extorsão econômica, e em abril libertaram os últimos dez policiais e militares que mantinham como reféns.