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A jornalista francesa Edith Bouvier, ferida durante confrontos na Síria, ficou com medo de que sua tentativa de escapar da cidade de Homs terminasse dentro de um túnel escuro de 3 quilômetros de extensão -usado pelos rebeldes sírios para levar suprimentos ao bairro sitiado de Baba Amo- no momento em que o Exército sírio começou a bombardear o local enquanto ela fugia.

Com a perna quebrada durante um ataque dias antes, no qual foram mortos dois jornalistas estrangeiros, Bouvier foi abandonada, atada a uma maca, enquanto rebeldes e dezenas de pessoas feridas fugiam das explosões provocadas pelo bombardeio e voltavam para o bairro devastado.

"Um deles colocou sua Kalashnikov sobre mim. Ele pôs a mão na minha cabeça e fez uma oração. Não foi muito tranquilizador. Depois, ele partiu", contou Bouvier ao diário francês Le Figaro, para o qual estava trabalhando na Síria.

"Eu não sabia o que iria acontecer. A saída estava bloqueada? Os soldados sírios iriam entrar? Eu queria fugir, mas lembrei que estava atada a uma maca."

Bouvier e o fotógrafo francês William Daniels, que ficou ao lado dela durante a travessia, foram finalmente resgatados por um rebelde que atravessou o túnel, de 1,6 metro de altura, em uma motocicleta e os levou de volta para Baba Amro.

Ao ver a luz do dia novamente, com a perna enfaixada, a cabeça sangrando e usando apenas roupa de baixo e meias, depois de ter sido forçada a abandonar a maca, Bouvier disse ter chocado os rebeldes que a receberam quando lhes pediu um cigarro.

"Você quer terminar os seus dias aqui", perguntaram-lhe os rebeldes, surpresos. "Se isso for bem adiante no futuro, certamente. Mas não agora", respondeu ela.

Bouvier e Daniels chegaram a Homs em 21 de fevereiro, unindo-se a um pequeno grupo de correspondentes de guerra que documentavam o ataque à cidade desfechado pelas forças leais ao presidente Bashar al-Assad, como parte de uma repressão de âmbito nacional aos grupos de oposição, a qual já deixou mais de 7,5 mil civis mortos, segundo balanço das Nações Unidas.

Os dois jornalistas conseguiram deixar esta semana a cidade de Homs e foram levados na quinta-feira para o Líbano e embarcaram no dia seguinte para a França.

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