O jornalista polonês Tomasz Surdel. Foto: Reprodução / Gazeta Wyborcza| Foto:

O jornalista polonês Tomasz Surdel foi espancado pela Faes (Força de Ações Especiais, órgão ligado ao Executivo) numa rua do bairro de Bello Monte, em Caracas, enquanto entrevistava moradores. Bello Monte é um local tradicional de protestos na capital da Venezuela.

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A notícia foi divulgada pelo jornal El Nacional e confirmada pelo setor de comunicação da Assembleia Nacional, que divulgou a foto do jornalista com o rosto muito machucado após os golpes.

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"Me espancaram com algo duro e principalmente na cara e na cabeça. Colocaram minha cabeça num saco plástico e, quando o tiraram, estavam apontando uma arma na minha cara. Fizeram que iam atirar, mas a arma estava descarregada. Me empurraram e me jogaram no chão", disse o jornalista ao El Nacional, acrescentando que seus agressores estavam encapuzados.

A Faes tem sido a força mais utilizada na repressão nas ruas da cidade. Seus oficiais não pertencem ao Exército, andam sempre mascarados e sem identificação.

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Surdel teria sido preso na última quinta-feira (14) e liberado nesta sexta (15). Não há detalhes sobre seu estado de saúde.

O jornal para o qual ele trabalha, o Gazeta Wyborcza, lançou um comunicado denunciando os ataques a seu profissional, que estava no país há dois meses.

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Dirigido à embaixada da Polônia em Caracas, o comunicado pede "intervenção urgente" das autoridades diplomáticas polonesas para que peçam explicação à ditadura venezuelana sobre o incidente.

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Perseguição à imprensa

Também nesta sexta-feira, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela informou que um membro da equipe de segurança da CNN Internacional na Venezuela, Rafael Gonzáles, está desaparecido há mais de 24 horas.

Ele foi abordado por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional na cidade de Maiquetía que pediram credenciais de imprensa a Gonzáles.

Os casos de detenção de profissionais da imprensa têm se tornado mais comuns na Venezuela. No dia 11 de março, o jornalista venezuelano Luis Carlos Díaz foi capturado por agentes do regime acusado de envolvimento no apagão de grandes proporções que atingiu o país. Ele foi liberado um dia depois.

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Em 25 de fevereiro, um famoso âncora mexicano que trabalha para a emissora americana Univisión foi detido junto com sua equipe após mostrar a Maduro um vídeo de venezuelanos comendo lixo.