A repórter do jornal New York Times Judith Miller, presa por se recusar a revelar a identidade de uma fonte para um grande júri, foi libertada após concordar em testemunhar na investigação sobre o vazamento do nome de uma agente secreta dos Estados Unidos, informaram fontes ligadas à jornalista nesta quinta-feira.
Miller ficou presa por 86 dias no Centro de Detenção Alexandria, perto de Washington, depois de se recusar a dizer quem foi a fonte dentro do governo de George W. Bush que entregou a identidade da agente secreta da CIA (agência de inteligência) Valerie Plame, em 2003.
Em julho, Miller disse ao juiz que ordenou sua prisão que não desejava ir para a cadeia, mas que não tinha outra escolha a não ser proteger a identidade de sua fonte. A jornalista explicou estar agindo assim por uma questão de consciência e para defender a existência de meios de comunicação vigorosos e independentes.
Recentemente, outro caso semelhante nos EUA, envolvendo o repórter Matthew Cooper, da revista Time, acabou resolvido porque o acusado afirmou ter recebido uma "autorização expressa e pessoal" da sua fonte para revelar a sua identidade.
A disputa tornou-se parte de um caso importante envolvendo a liberdade de imprensa nos EUA. Entraram em choque o uso tradicional feito pelos meios de comunicação de fontes anônimas e os esforços de um procurador federal na investigação de um possível crime.
- Se as pessoas não podem confiar nos jornalistas para que guardem um segredo, então os jornalistas não podem realizar seu trabalho e não haverá uma imprensa livre - disse Miller à corte em julho.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”