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Um jornalista russo morreu na quarta-feira depois de ser agredido sob custódia policial, disseram autoridades e policiais, em mais um caso de abuso por parte das autoridades no país.

Jornalistas da cidade siberiana de Tomsk, cerca de 3.100 quilômetros a leste de Moscou, disseram que Konstantin Popov, de 47 anos, foi torturado antes de morrer. Eles pediram a exoneração de chefes regionais de polícia.

Uma comissão federal de investigação disse, identificando a vítima apenas por sua idade, que ela foi hospitalizada em 4 de janeiro com lesões internas graves, depois de ser agredida por um policial em uma cela para pessoas que são detidas bêbadas. A comissão disse que a vítima morreu antes de sair do coma.

O presidente da seção local do Sindicato dos Jornalistas da Rússia, Alexei Sevastyanov, disse que Popov foi violado com um objeto que ele não quis identificar. "Ele foi torturado", afirmou.

O suposto agressor, o policial Alexei Mitayev, de 26 anos, foi indiciado por lesão corporal qualificada e abuso de autoridade, disse a comissão de investigação. Mitayev admitiu a agressão, alegando estar estressado. Ele já foi exonerado.

Popov era um dos fundadores da Tema, uma editora regional de jornais e revista. Seu editor-chefe, Konstantin Karpachyov, disse que dificilmente Popov foi morto por causa do seu trabalho.

"Isso poderia ter acontecido com absolutamente qualquer um," disse ele. "Isso demonstra que o terror policial está voltado contra todo mundo."

Também na quarta-feira, um tribunal de Moscou multou um fotógrafo que teria participado de uma manifestação não-autorizada da oposição. A agência estatal de notícias RIA Novosti negou que seu profissional Andrei Stenin estivesse participando da manifestação, explicando que ele estava lá em caráter profissional.

Num país onde críticos acusam a imprensa de ser excessivamente dócil ao poder, mais de 20 editores da imprensa russa, inclusive de canais estatais de TV, assinaram uma petição para que o ministro do Interior, Rashid Nurgaliyev, avalie o comportamento dos policiais que prenderam Stenin, disse o site noticioso newsru.com.

"Tire a mão dos jornalistas!", bradou o Sindicato dos Jornalistas em nota no seu site.

Desde 2000, pelo menos 17 profissionais russos da imprensa foram mortos devido ao seu trabalho, mas em só um caso os responsáveis foram condenados, segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas, com sede nos EUA.

Vários casos de abusos policiais causaram indignação nos últimos tempos na Rússia, e o presidente Dmitry Medvedev afirmou no mês passado que esses incidentes estão causando raiva na população e abalando a autoridade do Estado. Ele propôs reformas abrangentes e determinou que até 2012 o Ministério do Interior reduza em um quinto o seu quadro de funcionários, que hoje tem 1,4 milhão de integrantes.

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