A jornalista norte-americana Roxana Saberi chegou na sexta-feira à Áustria, depois de ser libertada de uma prisão do Irã, cujo governo anulou sua pena de 8 anos por espionagem, num caso diplomaticamente delicado.

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Saberi, 32 anos, que estava com seus pais, planeja permanecer em Viena com amigos iranianos por alguns dias, descansando antes de voltar aos EUA, de acordo com a chancelaria austríaca.

Ao desembarcar no aeroporto, ela agradeceu às pessoas de todo o mundo que se empenharam por sua libertação.

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"Ouvi dizer que certas pessoas, muita gente, passou por muitos problemas por minha causa, e algumas fizeram greve de fome", disse ela à CNN. "Foi muito tocante para mim ouvir isso."

Saberi, que tem cidadania norte-americana e iraniana e trabalha para as redes NPR e BBC, foi detida em janeiro, por trabalhar como jornalista no Irã depois de sua credencial expirar. Posteriormente, ela foi acusada de espionagem e condenada a oito anos de prisão.

Um recurso reduziu a pena para dois anos, com direito a sursis, e na segunda-feira ela foi solta.

"Ela estava bem, mas chateada porque não poderia voltar logo ao Irã para fazer reportagens", disse à Reuters na quinta-feira o seu advogado iraniano Abdolsamad Khorramshahi.

Outro advogado dela, Saleh Nikbakht, disse que a mudança no veredicto se deveu a uma interpretação jurídica, e não a considerações políticas.

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A libertação dela, na segunda-feira, removeu um possível empecilho nas tentativas de reaproximação dos EUA com o Irã, após três décadas de rompimento. O presidente Barack Obama elogiou o "gesto humanitário" de Teerã ao soltá-la.

Washington vinha dizendo que as acusações contra Saberi eram infundadas e que ela deveria ser solta. Teerã, que não reconhece a dupla nacionalidade, pediu aos EUA que não interferissem.

Analistas e diplomatas disseram que a prisão de Saberi não deveria ser considerada um sinal de que o Irã está rejeitando as aberturas de Obama, mas que o caso e a libertação podem ter sido influenciados pelo clima de aproximação.

Alguns viram a prisão com um alerta à imprensa estrangeira antes da eleição presidencial iraniana de junho. Outros apontaram uma manobra de radicais islâmicos para impedir qualquer distensão nas relações EUA-Irã, ou para usá-la como peça de barganha.

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