A Líbia libertou quatro jornalistas do New York Times nesta segunda-feira, quase uma semana depois de eles terem sido capturados por forças líbias enquanto cobriam o conflito no país.
Três outros jornalistas de órgãos da imprensa internacional continuam desaparecidos na Líbia.
A soltura dos quatro jornalistas vinha sendo negociada desde a quinta-feira, com a Turquia servindo de intermediária entre os governos dos EUA e Líbia.
Os quatro, que puderam conversar com suas famílias na quinta-feira, foram entregues à embaixada turca em Trípoli e mais tarde chegaram em segurança à Tunísia, disse o New York Times.
Os EUA, que não tem presença diplomática na Líbia no momento, pediram à Turquia que representasse seus interesses nesse país, como parte do acordo para a libertação dos jornalistas, informou o embaixador turco nos Estados Unidos.
"Devido à situação volátil na Líbia, aguardamos para expressar nosso entusiasmo e comentários até eles estarem fora do país, mas agora o momento é de comemoração", disse em comunicado o editor executivo do jornal, Bill Keller.
"E dentro em breve saberemos todos os detalhes da experiência que eles viveram", disse Keller.
Os jornalistas do New York Times são o ganhador do Prêmio Pulitzer e chefe da sucursal em Beirute Anthony Shadid, o repórter e cinegrafista Stephen Farrell e os fotógrafos Tyler Hicks e Lynsey Addario.
Os Estados Unidos suspenderam formalmente as operações de sua embaixada em Trípoli e pediram à Turquia que atue como sua "potência protetora" na Líbia, disse o embaixador Namik Tan à Reuters.
O embaixador turco em Trípoli imediatamente contatou as autoridades líbias para solicitar a soltura dos jornalistas. A entrega deles foi adiada por um dia pela retomada dos ataques aéreos das forças norte-americanas e aliadas contra Trípoli no domingo.
O grupo de jornalistas estava viajando pela região leste da Líbia, controlada por rebeldes, sem vistos, como muitos jornalistas ocidentais, para cobrir o levante contra Muammar Gaddafi, informou o New York Times. Foram capturados por forças leais a Kadafi em Ajdabiya em 15 de março, disse o jornal.
Três outros jornalistas, dois dos quais a serviço da agência France Presse, desapareceram enquanto faziam a cobertura dos combates na Líbia, informou a agência de notícias no domingo.
A AFP disse em comunicado que não tem notícias de Dave Clark, repórter baseado em sua sede em Paris, e Roberto Schmidt, fotógrafo de sua sucursal em Nairóbi, desde que eles enviaram um e-mail aos editores seniores da agência, na noite de sexta-feira.
Eles eram acompanhados pelo fotógrafo Joe Raedle, da agência Getty Images. Tampouco há notícias dele desde a noite de sexta-feira, segundo a AFP.
Clark, 38, e Schmidt, 45, disseram no e-mail que iam viajar para uma área a 30 quilômetros da cidade petrolífera de Tobruk, no sábado, para encontrar adversários do líder líbio Muammar Gaddafi e falar com refugiados que estavam fugindo dos combates.
Um jornalista brasileiro do jornal O Estado de São Paulo passou alguns dias presos por forças líbias antes de ser solto no início do mês.
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