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Jornalistas sequestrados viram questão diplomática entre Colômbia e Equador

Parentes e amigos dos jornalistas equatorianos sequestrados trocam condolências | RODRIGO BUENDIA/AFP
Parentes e amigos dos jornalistas equatorianos sequestrados trocam condolências (Foto: RODRIGO BUENDIA/AFP)

O presidente do Equador, Lenín Moreno, deixou às pressas a Cúpula das Américas na noite de quinta-feira (12), embora tenha chegado na tarde desse mesmo dia, porque teria obtido informações de que era muito provável que os os três jornalistas do El Comercio, desaparecidos na região da fronteira com a Colômbia, estariam mortos.  

Ao chegar a Quito, Moreno deu um ultimato de 12 horas para que os sequestradores dessem uma prova de vida dos profissionais.  

Em mensagem nas redes sociais, o presidente colombiano Juan Manuel Santos disse que as Forças Armadas de seu país estão dando amplo suporte para que os jornalistas sejam encontrados.  

Santos está em contato telefônico contínuo com Moreno, segundo a assessoria de imprensa da Presidência da Colômbia.  

Uma frente dissidente das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) disse em comunicado que os três jornalistas estavam em seu poder e que eles morreram por conta de um ataque do Exército colombiano.  

Santos nega que tal ataque tenha ocorrido.  

Os familiares dos jornalistas, que estavam em Lima para a Cúpula, também já voltaram ao Equador e esperam notícias em Quito.  

Caso

A equipe encontrava-se no local, no dia 26 de março, para realizar um documentário sobre a retomada da violência na região devido à ação de ex-guerrilheiros, que estavam realizando ataques a cidades da fronteira.

O jornalista Javier Ortega, 32, o fotógrafo Paúl Rivas, 45, e o apresentador Efraín Segarra, 60, são funcionários do El Comercio, um dos principais meios equatorianos, e teriam sido sequestrados pela frente Oliver Sinisterra, composta de ex-integrantes das Farc que resolveram não acolher o acordo de paz firmado entre o Estado colombiano e a ex-guerrilha em 2016.  

O documento do grupo diz que os governos do Equador e da Colômbia "não quiseram salvar a vida dos jornalistas e atacaram a zona militarmente, e que por isso os teriam matado". Os dois governos negam que esses ataques tenham ocorrido.  

O ministro do Interior do Equador, César Navas, pediu que o governo colombiano não realize operações que possam comprometer a vida dos sequestrados.  

Já Luis Carlos Villegas, ministro de Defesa da Colômbia, disse que a presença do Exército colombiano no local é apenas de "controle territorial" e que não houve nenhuma movimentação "fora do padrão".  

Desde o acordo de paz, essa frente dissidente das ex-Farc se instalou no local. O líder dessa dissidência chama-se Guacho e estaria coordenando ações de distintas frentes dissidentes em outras áreas do território colombiano.  

Na semana passada, essa frente realizou um atentado a bomba contra uma torre de energia do lado equatoriano da fronteira, aumentando a tensão na zona.  

As autoridades equatorianas, por sua vez, capturaram um dos integrantes da frente, conhecido como Cachi, e que seria a mão direita de Guacho. O sequestro dos jornalistas estaria relacionado a uma represália com relação a essa prisão.  

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