A jovem iraniana, que também tem nacionalidade britânica, condenada a um ano de prisão em Teerã por tentar assistir a uma partida de vôlei masculino iniciou uma greve de fome, anunciou seu irmão.
Ghoncheh Ghavami, de 25 anos, foi detida em 20 de junho em um ginásio de Teerã, quando integrava um grupo de mulheres que tentava assistir uma partida da Liga Mundial de vôlei entre Itália e Irã.
A jovem, formada em Direito em Londres, protesta contra o que considera uma "detenção ilegal", afirmou sua mãe à rede britânica BBC.
"Ela está em greve de fome desde sábado. Não come alimentos sólidos e não aceita líquidos", afirmou o irmão da condenada, Iman Ghavami.
A jovem, que aguarda a ratificação da pena, fez uma greve de fome de duas semanas em outubro para protestar contra a detenção.
Todas as mulheres foram impedidas de assistir a partida no ginásio Azadi de Teerã, incluindo as jornalistas credenciadas.
O procurador-geral ainda não confirmou a sentença. A jovem foi acusada de fazer propaganda contra o regime, um argumento muito utilizado pela justiça iraniana.
Ghavami foi acusada num tribunal de Teerã de atividades e propaganda contra a República Islâmica. Segundo a agência de notícias Ilna, o advogado de Ghavami, Alireza Tabatabaie, disse no sábado que a sentença poderá ser reduzida devido a bons antecedentes.
O Reino Unido, que não tem presença diplomática permanente no Irã, mas afirma planejar reabrir a sua embaixada, disse ter preocupações sobre como Ghavami foi tratada e agora sentenciada.
"Estamos preocupados com os relatos de que Ghoncheh Ghavami foi condenada a 12 meses de prisão por propaganda contra o Estado", declarou o porta-voz do Ministério do Exterior britânico, em comunicado.
"Temos preocupações sobre o processo e com o tratamento em custódia de Ghavami", acrescentou o comunicado.
O Irã não reconhece dupla cidadania e trata os cidadãos com dupla nacionalidade como iranianos.
Ghavami foi libertada logo depois da prisão em junho, mas presa de novo em seguida. Em outubro, ela fez uma greve de fome de duas semanas.
Tabatabaie disse que por "várias razões" não conseguiu encontrar a acusada antes da sessão de sábado.
A prisão inicial de Ghavami ocorreu um pouco antes a detenção de outra pessoa de dupla cidadania. Jason Rezaian, que também tem nacionalidade norte-americana, é repórter do Washington Post e permanece em custódia. Os Estados Unidos não têm ligações diplomáticas diretas com o Irã.
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