Uma estudante universitária de 19 anos, identificada pelas autoridades francesas apenas como Philippine, foi morta em Paris na última semana. O principal suspeito do crime, um marroquino de 22 anos condenado por estupro, foi rastreado pela política e preso na Suíça dias depois.
O corpo de Philippine foi encontrado na semana passada, no parque Bois de Boulogne, no extremo oeste da capital. Segundo as investigações, ela foi vista pela última vez na sexta-feira, 20 de setembro, no horário do almoço, a poucos metros de distância da Universidade Paris-Dauphine, onde estudava economia.
O homem detido, identificado como Taha O, tinha deixado a prisão na França no início do mês, após cumprir cinco anos de pena por estupro de uma estudante de 23 anos, em 2019.
Segundo a imprensa francesa, após o cumprimento de pena, ele foi transferido em junho para um centro de retenção de imigrantes, enquanto aguardava sua deportação para o Marrocos.
De acordo com a Rádio Francesa Internacional (RFI), no dia 3 de setembro, o marroquino recebeu autorização da justiça para deixar o centro de retenção de migrantes, apesar de já estar com sua ordem de deportação confirmada pela polícia.
Ele, então, deveria aguardar a emissão do laissez-passer, um documento que substitui um passaporte, num local determinado pelo juiz e comparecer à delegacia regularmente.
Segundo o RFI, o documento para o repatriamento foi concedido pelo governo marroquino no dia 6 de setembro, no entanto as autoridades não o encontraram no endereço onde deveria estar localizado.
A investigação aponta que a vítima de 19 anos morreu por asfixia. Ainda não há confirmação se o crime de estupro também foi cometido, mas foram realizados exames nesse sentido. O suspeito estava inscrito no cadastro nacional de criminosos sexuais.
O crime gerou grande comoção na França e mobilizou políticos em relação às leis migratórias. O novo ministro do Interior, o direitista Bruno Retailleau, classificou o crime como "abominável" e afirmou que o país precisa "aperfeiçoar seu arsenal jurídico".
“Cabe a nós, como funcionários públicos, mudar nosso arsenal legal para proteger os franceses”, disse ele no X.
Políticos de direita e esquerda criticaram a atual legislação penal francesa que permitiu a fuga do principal suspeito do crime.
O presidente do partido Reagrupamento Nacional (RN), o direitista Jordan Bardella, condenou veemente as brechas na justiça da França.
“Este migrante não tinha o direito de estar aqui, mas ele foi capaz de atuar novamente em total impunidade. Nossa justiça é muito branda, nosso estado é disfuncional. É hora do governo agir”, afirmou.
Centenas de manifestantes protestaram neste domingo (29) contra a morte de Philippine, em Paris.
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