A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta sexta-feira a violência utilizada contra os opositores do regime sírio, após o corpo de uma jovem de 18 anos ter sido encontrado mutilado dentro de uma prisão.

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Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a AI informa que o corpo de Zeinab Al Hosni, a primeira mulher morta em uma prisão, foi achado por sua família em péssimo estado no dia 13 de setembro.

Segundo a nota, a família encontrou Zainab quando foi ao necrotério para identificar o corpo de seu irmão, Mohammad, que também tinha sido preso e aparentemente torturado enquanto estava detido em uma prisão síria.

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A AI informou que Zainab foi decapitada e teve o corpo mutilado. "Este pode ser um dos casos de morte dentro de prisões mais grave que vimos até agora", disse Philip Luther, subdiretor do Oriente Médio e Norte da África da AI.

"Registramos outros casos de manifestantes cujos corpos foram devolvidos mutilados para as famílias nos últimos meses, mas este é particularmente espantoso", acrescentou Luther. Com os casos de Zainab e Mohammad, a AI estima em 103 o número de mortes em prisões desde que começaram os protestos na Síria, em março.

Zainab Al Hosni foi presa em 27 de julho por indivíduos que eram aparentemente membros das forças de segurança, enquanto Mohammad Deeb Al Hosni, de 27 anos, tinha organizado protestos em Homs no início das manifestações, informou a AI.

O corpo do jovem apresentava sinais de tortura e recebeu tiros no braço direito, na perna direita e no peito, relatou a organização com sede em Londres.

Ao comparecer ao hospital militar onde estavam os corpos de seus filhos, a mãe dos jovens recebeu um pedido para assinar um documento no qual afirmava que Zainab e Mohammad tinham sido sequestrados e mortos por um grupo armado.

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"O aumento dos relatos de pessoas que morrem nas prisões é mais uma prova dos crimes contra a humanidade e deveria estimular o Conselho de Segurança da ONU a denunciar a situação da Síria ao Tribunal Penal Internacional", afirmou Luther.