Centenas de jovens da periferia de Estocolmo, na Suécia, começaram uma onda de vandalismo após uma operação da polícia que terminou com a morte de um homem de 69 anos. Nesta quarta-feira (22), os agentes de segurança prenderam sete suspeitos.
Os moradores dos bairros pobres da capital sueca, a maioria deles imigrantes, começaram os protestos contra a polícia na noite de domingo (19), seis dias depois de uma ação policial contra o idoso, que era um imigrante com problemas psíquicos, no bairro de Husby.
Segundo a imprensa sueca, o homem estava dentro de um apartamento com sua mulher quando foi baleado e morto pelos policiais. Os agentes que participaram da operação disseram que o idoso havia ameaçado um dos policiais com uma faca e que este atirou contra o morador em legítima defesa.
A polícia abriu uma investigação do incidente, mas isso não evitou a revolta dos moradores, que acusaram as forças de segurança de abuso de autoridade. Os moradores também dizem que os policiais batem em idosos e crianças e que chamam os imigrantes, em sua maioria negros, de "ratos" e "macacos".
Nesta terça, sete pessoas foram presas envolvidas nos atos de vandalismo no subúrbio de Estocolmo. Cerca de 60 manifestantes queimaram 30 carros, quebraram vitrines de lojas e colocaram fogo em uma escola, uma enfermaria e um centro cultural.
A polícia atribuiu os ataques a "gangues e criminosos" e disse que as operações devem continuar. Os choques entre os jovens pobres e a polícia chocaram a sociedade sueca e retomaram o debate sobre a pobreza em uma das capitais mais ricas da Europa.
Assim como em outros países da região, a Suécia tem altas taxas de desemprego entre os jovens, que chegam a 25%. Os mais pobres, em especial imigrantes africanos e do Oriente Médio, são os mais afetados pela falta de emprego.