Grupos de jovens iemenitas que lideram os protestos para derrubar o presidente Ali Abdullah Saleh apelaram aos países árabes do Golfo no sábado (7) para que retirem um plano que fracassou até agora em tirá-lo do poder.
A principal oposição do Iêmen disse na sexta-feira que o acordo, proposto pelo Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) para acabar com vários meses de instabilidade, foi modificado para permitir que Saleh assine como líder partidário, em vez de presidente, uma condição que quase descarrilou o acordo na semana passada.
"Apelamos aos líderes do Conselho de Cooperação do Golfo para que interrompam quaisquer iniciativas que resultem em alienar o povo iemenita", disse o grupo, sob a bandeira da Revolução Jovem.
"Apelamos aos Estados Unidos, à União Europeia e aos membros permanentes do Conselho de Segurança que assumam sua responsabilidade moral e parem... de se intrometer diretamente contra a vontade do povo iemenita para garantir a liberdade e a democracia", acrescentou o grupo em um comunicado.
Muitos manifestantes, incluindo estudantes, membros de tribos e ativistas, se comprometeram a permanecer nas ruas até a renúncia de Saleh. Eles não são filiados a partidos de oposição, composta por militantes islâmicos, árabes nacionalistas e esquerdistas, que colaboraram com Saleh no passado.
O plano exige que o líder do Iêmen renuncie 30 dias após a assinatura do acordo. Até recentemente, Saleh era apoiado pela Arábia Saudita e os Estados Unidos como um baluarte contra a Al Qaeda e a instabilidade regional.
Os críticos viram a recusa de Saleh em assinar como presidente como um sinal claro de que ele não tem a intenção de renunciar rapidamente.