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O rei Juan Carlos disse nesta segunda-feira que decidiu abdicar em favor do príncipe Felipe para que se possa "abrir uma nova etapa de esperança na qual se combinem a experiência adquirida e o impulso de uma nova geração".

Em mensagem à nação, o monarca acrescentou que pensou na renúncia ao cumprir em janeiro 76 anos, e que quando volta o "olhar para trás", sente "orgulho e gratidão" aos espanhóis.

"Guardo e guardarei sempre a Espanha no mais fundo do meu coração", afirmou o rei em sua mensagem para explicar sua decisão de abdicar em nome seu filho. O discurso foi transmitido por rádio e televisão de seu gabinete no Palácio da Zarzuela.

Juan Carlos I, que chegou ao trono há 39 anos, acrescentou que neste período "desfrutou" com as conquistas dos espanhóis e "sofreu quando a dor ou a frustração" atingiram o povo.

O monarca lembrou que quando foi proclamado rei assumiu com o firme compromisso de servir aos interesses gerais da Espanha.

Juan Carlos I assegurou que, "fiel ao desejo político" de seu pai, o Conde de Barcelona, de quem herdou o legado histórico da Monarquia espanhola, quis ser o "rei de todos os espanhóis".

O monarca expressou sua gratidão à rainha Sofía, "cuja colaboração e generoso apoio não me faltaram nunca".

O rei agradeceu a todas as pessoas que representaram os poderes e as instituições do Estado durante seu reinado, e a todos que o ajudaram "com generosidade e lealdade".

O governo realizará amanhã, terça-feira, um conselho de ministros extraordinário para aprovar a lei orgânica que, segundo a Constituição espanhola, permitirá a sucessão da Coroa ao príncipe Felipe.

O parlamento já iniciou hoje os preparativos para a tramitação da abdicação de Juan Carlos I, assim como para o ato de coroação do futuro rei Felipe VI.

Após o governo aprovar amanhã o texto da lei, o Executivo deverá receber o sinal verde da Mesa do Congresso, que abrirá um prazo para que os grupos parlamentares apresentem emendas.

As leis orgânicas, relativas ao desenvolvimento dos direitos fundamentais ou da Coroa, necessitam da maioria absoluta do Congresso para serem aprovadas.

Uma vez que a norma obtenha o sinal verde da câmara baixa passará ao Senado e, se este não introduz modificações, será aprovada definitivamente.

Fontes parlamentares disseram à Agência Efe que os prazos podem ser curtos, e em pouco mais de uma semana a lei poderia estar definitivamente aprovada e a abdicação do rei efetivada.

Poucos dias depois, o príncipe Felipe será então proclamado rei perante as Cortes gerais reunidas no Congresso.

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