Ao elogiar os recentes planos de governo do democrata Joe Biden, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, chamou o presidente norte-americano de "Juan Domingo Biden", em uma associação ao ex-presidente argentino Juan Domingo Perón, que inaugurou no país uma era de extensas políticas sociais, nacionalização e endividamento.
"Lembro-me de quando, não faz muito tempo, as capas dos jornais argentinos festejavam que a Amazon não permitia que seus trabalhadores se sindicalizassem. Ontem Juan Domingo Biden pediu a sindicalização como forma de promover os direitos sociais nos Estados Unidos", disse Fernández durante um evento nesta terça-feira (4), depois de elencar uma série de benefícios sociais conquistados por trabalhadores na Argentina durante o peronismo, como o direito à sindicalização.
Fernández também destacou a importância de investir recursos públicos para promover o emprego, e ainda criticou a política sanitária do ex-presidente Donald Trump, sem citá-lo nominalmente:
"Quando Biden falou em seu discurso de posse, um discurso formidável, ele pediu para [que as pessoas se cuidem] na pandemia, como fez quando foi adversário e o governante dos Estados Unidos que dizia que a liberdade deve ser dada e que tudo deveria continuar como se nada tivesse acontecido. [Biden] pediu a promoção do maior programa de emprego dos Estados Unidos. E como eles fazem isso? Com mais recursos, mas da mesma forma que nós: promovendo obras públicas". O presidente argentino estava se referindo aos planos trilionários recentemente anunciados por Biden.
Fernández não é o primeiro a usar o termo "Juan Domingo Biden" para referir-se ao presidente norte-americano. Há três dias, o colunista e cofundador da Editorial Perfil, que publica o jornal de inclinação peronista Perfil, Jorge Fontevecchia, já tinha usado a expressão para traçar um paralelo entre Biden, o ex-presidente americano Franklin Roosevelt e o peronismo, elogiando as propostas do democrata.
"[Biden] Deu uma guinada para a esquerda, mudando para a direção oposta ao consenso econômico dominante que não colocava o Estado, mas o mercado como motor da economia e, por consequência, distribuidor de riquezas", escreveu Fontevecchia em uma coluna publicada neste fim de semana.
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