A mais antiga sinagoga da África é palco para essa raridade no mundo árabe - um encontro religioso de centenas de judeus provenientes de Europa e Israel.
Protegidos pela polícia armada tunisiana, judeus dançam e cantam em uma peregrinação de três dias à sinagoga El Ghriba, localizada em uma ilha a 500 km ao sul de Túnis.
Em 2011, após a revolta que derrubou o ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, a celebração anual foi cancelada, e em 2012 apenas algumas dezenas de judeus compareceram por medo de possíveis ataques de muçulmanos radicais.
Em 2002, militantes ligados à Al Qaeda atacaram a sinagoga com um caminhão-bomba matando 21 turistas ocidentais. A segurança para a peregrinação deste ano foi reforçada, com centenas de policiais de plantão.
"A forte presença da segurança é um passo positivo e envia uma mensagem para os judeus em todo o mundo que a Tunísia nos protege, mesmo que seus líderes sejam muçulmanos", disse à Reuters o chefe da comunidade judaica de Djerba, Perez Trabelsi.
"Judeus de todo o mundo vão ver os esforços do governo para tornar a celebração segura e voltarão aos milhares ao longo dos próximos anos e não prestar atenção a qualquer ameaça", acrescentou.
No domingo, o ministro do Turismo da Tunísia deve participar das celebrações, que tem atraído dezenas de muçulmanos da Tunísia.
"Estamos aqui para enviar uma mensagem de paz e tolerância abraçando todo mundo", disse uma mulher tunisiana chamada Zahayra Lakhel, ao colocar um lenço na cabeça judaico antes ingressar na sinagoga.
De maioria muçulmana, a Tunísia é lar de uma das maiores comunidades judaicas do norte da África. Embora agora sejam menos de 1.800, os judeus viveram na Tunísia desde os tempos romanos.
A sinagoga El Ghriba, que abriga a maioria dos judeus da Tunísia, está construída em um local de um templo judeu que acredita-se ter cerca de 1.900 anos.
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