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Nemanja Majdov

Judoca sérvio cristão é suspenso por 5 meses por fazer sinal da cruz nos Jogos de Paris

Judoca sérvio cristão é suspenso por 5 meses após fazer sinal da cruz nos Jogos de Paris
Nemanja Majdov durante competição no México em 2018 (Foto: EFE/Alonso Cupul)

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O judoca sérvio Nemanja Majdov foi suspenso por cinco meses pela Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês) após fazer o sinal da cruz durante sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

O gesto feito por Majdov, que é cristão, violou o Código de Ética estabelecido pela IJF, segundo disse a própria entidade. A punição foi confirmada pelo próprio atleta em suas redes sociais nesta segunda-feira (18). Majdov fez o sinal da cruz antes de sua luta contra o grego Theodoro Tselidis, nas oitavas de final da categoria até 90kg, disputa que ele perdeu.

O atleta sérvio foi notificado da suspensão aproximadamente um mês após o fim dos Jogos de Paris. Segundo as regras da IJF, qualquer manifestação religiosa dentro do campo de competição é proibida, conforme descrito no artigo 3 do Código de Ética da Federação. O gesto de Majdov também foi considerado uma “reincidência”, uma vez que ele já havia sido advertido anteriormente em duas ocasiões, em abril de 2018 e fevereiro de 2022, pelo mesmo comportamento.

O atleta não contestou as advertências anteriores nem a suspensão, em sua defesa no processo disciplinar mais recente, deixou claro que não se desculparia pelo gesto feito em Paris.

"Há 15 dias recebi a decisão de que fui suspenso por cinco meses pela Federação Internacional de Judô (IJF) por violar seus códigos religiosos. Especificamente, por fazer o sinal da cruz ao entrar na luta durante os Jogos Olímpicos. Estou proibido de participar de todos os torneios, acampamentos e preparações", escreveu Majdov em uma publicação no Instagram. Ele reforçou sua fé, afirmando: "Não quis me desculpar por ter feito o sinal da cruz, e claro que não o fiz, nem o farei jamais, embora eu não soubesse qual seria a penalidade. Deus me deu tudo, tanto em minha vida pessoal quanto em minha carreira, e Ele é meu número um, e me orgulho disso. Isso não vai mudar sob nenhuma circunstância. Glória a Ele e obrigado por tudo”.

“Para mim, pessoalmente, nada de novo, apenas uma nova página em minha carreira e uma nova provação na vida. Lamento que um esporte tão bonito e exigente como o judô tenha chegado a este ponto. Deus me concedeu uma grande carreira, 7 medalhas europeias e 3 mundiais. Quando comecei, sonhava em conquistar pelo menos uma dessas grandes medalhas e, assim, ter sucesso em minha vida e na vida da minha família, que sacrificou tudo pela minha carreira”, escreveu o judoca. “Ele nos deu muito mais, e me responsabilizou até demais para que eu abaixasse a cabeça diante deles quando chegou o momento de decidir. Vamos descansar até lá, e depois voltaremos com a ajuda de Nosso Senhor Jesus Cristo para um novo começo e novas vitórias”, concluiu.

Em resposta às críticas públicas e ao apoio recebido por Majdov nas redes sociais, a IJF emitiu uma declaração esclarecendo que sua decisão se baseou inteiramente em violações das regras do esporte, e não em discriminação religiosa.

"O Código de Ética da IJF existe para proteger os valores éticos e os princípios morais do nosso esporte", afirmou a federação, explicando que o campo de competição deve ser reservado “exclusivamente às regras e aos sinais específicos do judô”, aplicados de “forma igualitária para todos os atletas”. A entidade também ressaltou que o uso de símbolos religiosos fora do campo de jogo não é proibido, sendo “respeitado o direito à liberdade individual de seus membros”.

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