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Um juiz argentino decidiu nesta quinta-feira, a pedido da Justiça dos Estados Unidos, apreender o avião venezuelano-iraniano retido no país por possíveis ligações com o terrorismo internacional, segundo confirmaram fontes judiciais.
A decisão foi adotada por Federico Villena, juiz federal da cidade de Lomas de Zamora, que também autorizou que o avião, retido no aeroporto internacional de Ezeiza, nos arredores de Buenos Aires, fosse confiscado por representantes do FBI e da Polícia de Segurança Aeroportuária.
As fontes judiciais consultadas pela Efe especificaram que a decisão foi adotada a pedido de um tribunal federal do Distrito de Colúmbia e em virtude de um tratado de assistência jurídica mútua em matéria penal entre a Argentina e os Estados Unidos.
No dia 2 de agosto, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos havia enviado à Argentina o pedido do tribunal de Columbia para confiscar o avião, alegando que a aeronave está sujeita a sanções, uma vez que sua transferência, da empresa iraniana Mahan Air para a Emtrasur, subsidiária do Consórcio Venezuelano das Indústrias Aeronáuticas e Serviços Aéreos (Conviasa), viola as leis de exportação dos EUA.
Ambas as empresas foram sancionadas pelo governo americano por suposta colaboração logística para organizações terroristas.
O avião chegou à Argentina no dia 6 de junho, vindo do México e depois de fazer escala na Venezuela.
Dois dias depois, saiu da Argentina para carregar combustível no Uruguai, mas teve que retornar ao aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, porque o país vizinho não autorizou sua aterrissagem.
Ao retornar a Ezeiza, a Justiça argentina ordenou a imobilização da aeronave e ordenou que os 19 tripulantes do avião - cinco iranianos e 14 venezuelanos - não pudessem deixar o país.
Nos últimos dias, diferentes representantes do governo venezuelano exigiram a devolução da aeronave retida na Argentina, um Boeing 747 Dreamliner de carga.
Nesse sentido, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, alertou que os Estados Unidos pretendem roubar o avião.
Por sua vez, o primeiro vice-presidente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, exigiu a devolução, "o mais rápido possível", do avião, que, na sua opinião, foi "sequestrado" pelo governo de Alberto Fernández.