A Justiça argentina enviou aos principais jornais do país uma notificação solicitando dados dos jornalistas responsáveis por escrever sobre inflação e a revelação das fontes consultadas por eles.
A medida é consequência de uma ação aberta a pedido do governo Cristina Kirchner contra economistas e consultoras que elaboram índice próprio de preços paralelo ao oficial, sobre o qual pesa suspeita de manipulação por parte da Casa Rosada.
Os diários Clarín, La Nación, Página/12, El Cronista Comercial e Ámbito Financiero receberam nesta semana a notificação do Juizado Nacional Penal.
O juiz Alejandro Catania pede aos jornais que forneçam "nomes, endereços, telefones e os contatos dos jornalistas editores, redatores que tenham publicado notícias sobre índices de inflação" desde 2006.
O pedido gerou forte rechaço da oposição e das empresas jornalísticas. "É mais um ação do governo contra a liberdade de imprensa, para intimidar os jornalistas e tentar impor um relato único", disse Daniel Dessein, presidente da Associação de Entendidas Jornalísticas Argentinas.
Assim como no Brasil, o sigilo da fonte é garantia constitucional no país vizinho. "Não faz nenhum sentido a Justiça pedir informações aos jornalistas sobre as fontes", afirmou Fernando González, diretor de redação do El Cronista Comercial.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; acompanhe o Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?