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Chile

Juiz indicia coronéis por morte do pai de ex-presidente

Dois coronéis reformados da Força Aérea do Chile foram detidos e indiciados nesta terça-feira (17) por torturar e matar o general Alberto Bachelet, pai da ex-presidente do país Michelle Bachelet, durante a ditadura de Augusto Pinochet.

"Declara-se que o processo contra Ramón Cáceres e Edgar Ceballos como coautores do delito de torturas resultante em morto é submetido", indica a decisão emitida hoje pelo juiz Mario Carroza, que investiga as causas da morte do general da Força Aérea, Alberto Bachelet, desde agosto de 2011.

Os dois coronéis, Ramón Cáceres e Edgar Ceballos, enfrentarão acusação de tortura com resultado de morte. O indiciamento, assinado pelo juiz especial Mario Carroza, foi emitido depois do Serviço Médico Legal divulgar, em 21 de junho, o resultado de uma série de perícias que estabeleceram que Bachelet morreu por causa das torturas que sofreu após ser detido e acusado de traição, em 1974, em plena ditadura de Augusto Pinochet.

Bachelet foi um dos integrantes das Forças Aéreas que não se uniram a Pinochet em seu golpe militar que derrubou o governo de Salvador Allende. Depois de sua detenção, ele foi levado a uma prisão de Santiago e transferido quase diariamente para a Academia de Guerra Aérea, onde era submetido a tortura, como os demais militares que não se uniram ao ditador.

A última viagem do general foi em 11 de março de 1974, quando retornou em um estado crítico à prisão. No dia seguinte, morreu vítima de uma dilatação cardíaca aguda, sem receber os cuidados necessários. A investigação da morte de Bachelet foi declarada prescrita pela Corte Suprema do Chile, mas foi reaberto diante de um pedido apresentado em 2011 por familiares de vítimas da ditadura junta a mais de 700 casos de violações de direitos humanos que nunca foram investigados.

Segundo o juiz Carroza, todos os interrogatórios a que foi submetido o general Bachelet agravaram seu estado de saúde e provavelmente foram a causa de sua morte.

A ex-presidente Michelle Bachelet, na época estudante de medicina, e sua mãe, Ángela Jeria, também foram presas e levadas a um centro de torturas da Dina, a polícia secreta de Pinochet.

Durante a ditadura (1973-1990), cerca de 3.200 chilenos morreram nas mãos de agentes do Estado, enquanto outros 1.192 permanecem como desaparecidos e cerca de 32 mil relatam terem sido torturados e encarcerados por causas políticas.Os coronéis Ceballos e Cáceres já enfrentaram outras acusações em casos de violações de direitos humanos.

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