Acima, protesto a favor dos militares e contra o ex-presidente Mursi ocupa a Praça Tahrir. Abaixo, integran­tes da Irmandade Muçulmana realizam marcha pró-Mursi até a Praça Ra­baa Adawiya| Foto: Mohamed Abd El Ghany e Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Para islamitas, alegações são "ridículas"

A Irmandade Muçulmana, à qual Mohamed Mursi está ligado, afirma que as alegações contra o ex-presidente são "ridículas". "Acreditamos que mais pessoas vão perceber o que esse regime realmente representa – um retorno ao antigo Estado do [ex-ditador Hosni] Mubarak", afirmou o porta-voz Gehad el-Haddad. "No fim do dia, sabemos que todas essas acusações nada mais são do que a fantasia de alguns poucos generais do Exército e de uma ditadura militar. Vamos continuar nossos protestos nas ruas."

O Hamas negou ter colaborado com Mursi nas "ações inimigas" contra o Egito e pediu que o tribunal apresente provas.

O responsável pelo Minis­tério do Interior do Egito, Mus­tafa Baz, disse ontem que o ex-presidente Mohamed Mursi ainda não foi transferido para nenhuma das prisões de seu departamento.

Baz, responsável pela área de assuntos penitenciários do ministério, afirmou que ainda não recebeu nenhuma ordem para transferir Mursi a alguma prisão.

Folhapress

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O presidente egípcio deposto Mohamed Mursi está sob investigação por uma série de acusações, incluindo homicídio, informou ontem a agência de notícias estatal, elevando a tensão no Egito à medida que os campos políticos opostos do país tomaram as ruas.

Atendendo a pedido do chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi, por um mandato popular, milhares de pessoas protestaram em várias cidades egípcias, saudando a promessa das Forças Armadas de enfrentar semanas de violência provocadas pela derrubada de Mursi, em 3 de julho.

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Partidários do líder islamita deposto fizeram manifestações contrárias para exigir sua volta ao poder, ignorando a ameaça de repressão pelos militares e prometendo não ceder a uma exigência do Exército para dar fim imediato aos protestos.

Uma testemunha disse à agência Reuters que milhares de ativistas pró-Mursi entraram em confronto com manifestantes pró-Exército em Alexandria (leia mais nesta página), a segunda maior cidade do Egito, com alguns manifestantes atirando pedras nas multidões a partir de telhados. Quinze pessoas ficaram feridas.

Sete manifestantes também ficaram feridos durante confrontos na cidade de Damietta, no delta do Nilo. No Cairo, helicópteros militares voavam baixo sobre a principal vigília em apoio a Mursi.

Há uma preocupação cada vez maior no Ocidente diante do curso tomado pelo país de 84 milhões de habitantes, uma nação pivô entre o Oriente Médio e a África e que recebe 1,5 bilhão de dólares por ano em ajuda dos Estados Unidos.

Mursi não é visto em público desde sua deposição e o Exército diz que ele está detido para sua própria segurança. Mas a agência de notícias Mena disse que o ex-presidente agora ficaria detido por 15 dias enquanto um juiz investiga uma série de acusações.

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Hamas

A investigação se concentra em acusações de que ele conspirou com o grupo palestino islâmico Hamas para escapar da prisão durante o levante de 2011 contra o autocrata Hosni Mubarak, matando alguns presos e funcionários, sequestrando soldados e incendiando prédios.

Mursi havia dito que moradores o ajudaram a fugir da prisão durante os levantes de 2011 e a Irmandade Muçulmana rebateu as acusações levantadas contra ele.

Protestos simbolizam a cisão do Egito

Agência Estado

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Dois manifestantes morreram e 33 ficaram feridos em uma série de protestos realizados ontem a favor e contra o presidente deposto Mohamed Mursi, informaram funcionários do Ministério da Saúde do Egito.

Manifestações gigantescas ocorreram ontem em diversas partes do país, ganhando corpo depois de a Justiça ter indiciado Mursi e de o chefe do Exército, general Abdul Fatah al-Sisi, ter pedido aos partidários do golpe "um mandato" para pôr fim ao "terrorismo e à violência" no país.

As mortes ocorreram em Alexandria, onde partidários da Irmandade Muçulmana, grupo político de Mursi, e do golpe, se enfrentaram perto da maior mesquita da cidade. A polícia dispersou o protesto com bombas de gás lacrimogêneo.

Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde, Khaled al-Khatib, dos 33 feridos, dez se machucaram em brigas no bairro de Shubra, no norte do Cairo e oito em Damieta. Houve choques também no bairro de Ramsés. Os dois grupos rivais trocaram acusações sobre o uso de armas de fogo.

Milhares de pessoas protestaram em várias cidades egípcias, saudando a promessa das Forças Armadas de enfrentar semanas de violência provocadas pela derrubada de Mursi, em 3 de julho.

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