Um juiz haitiano libertou oito dos 10 norte-americanos detidos no país sob acusação de sequestro de crianças.
Segundo o advogado do grupo de batistas, Aviol Fleurant, o juiz disse que eles poderiam deixar o país ainda ontem.
Duas integrantes do grupo, a líder Laura Silsby e Charisa Coulter, permanecerão detidas para interrogatórios.
"Oito dos meus clientes foram libertados. O juiz quer interrogar dois dos meus clientes porque eles estiveram no Haiti antes do terremoto", disse Fleurant.
Perguntado se o juiz do caso já havia emitido a ordem de soltura, Fleurant disse que sim e que os oito poderiam deixar o país ontem sem o pagamento de fiança.
"Os pais das crianças fizeram depoimentos que comprovaram que eles podem ser soltos", disse o juiz, explicando que os pais haviam cedido as crianças voluntariamente.
Apesar da influência dos EUA no Haiti, para onde o governo Obama chegou a enviar 20 mil soldados após o terremoto, o secretário de Estado do Haiti para Assuntos Penais, Claudy Gassant, disse que Washington "permitiu que o Judiciário haitiano mantivesse seu trâmite". "Posso assegurar que a luz será lançada sobre este assunto e os direitos dos norte-americanos serão respeitados", disse Gassant.
"Elogio o governo dos EUA por não interferirem nos procedimentos judiciais em curso no Haiti a respeito dos norte-americanos", acrescentou Gassant.
O caso
Os missionários, a maior parte deles provenientes de duas igrejas batistas do estado de Idaho, foram acusados de tentar levar 33 crianças haitianas à República Dominicana no dia 29 de janeiro, sem os documentos necessários para isso.
O caso veio à tona justamente quando o governo haitiano fazia um apelo pela interrupção das adoções durante o estado emergencial do pós-terremoto. O grupo, acusado de tráfico de pessoas, afirmou estar em missão humanitária para resgatar crianças em situação de risco, que seriam levadas a um orfanato improvisado em um hotel da República Dominicana.