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Um juiz peruano negou nesta segunda-feira, 21, um pedido de prisão preventiva contra a candidata Keiko Fujimori solicitado pelo Ministério Público no processo no qual é acusada por diversos crimes de corrupção. O juiz, porém, impôs restrições severas que a impedirão de se encontrar com seus colaboradores mais próximos.
O país ainda aguarda conhecer o vencedor do segundo turno das eleições presidenciais de 6 de junho entre ela e seu adversário de esquerda, Pedro Castillo.
O promotor solicitou em 11 de junho converter a liberdade condicional de Keiko Fujimori em prisão preventiva no âmbito da investigação de suposta lavagem de dinheiro de contribuições da construtora Odebrecht para suas campanhas de 2011 e 2016.
O juiz Víctor Zuñiga negou o pedido, mas decretou que Keiko deve seguir o estrito cumprimento de todas as medidas restritivas que lhe foram ditadas quando foi libertada da prisão e advertiu que se elas não forem cumpridas, será emitida uma nova prisão preventiva contra a candidata.
A candidata, que deve ir a julgamento se não ganhar a presidência, permaneceu em prisão preventiva por 16 meses até maio de 2020. Ela foi libertada, na época, devido à pandemia de coronavírus, mas foi proibida de viajar para fora do Peru ou de se comunicar com os corréus ou testemunhas do caso.
Por esse caso, Keiko já cumpriu prisão preventiva por mais de um ano (outubro de 2018 a novembro de 2019), conseguiu sair alguns meses após um recurso e voltou para a prisão por mais cinco meses em 2020.
O Ministério Público pediu 30 anos e 10 meses de prisão para Keiko na investigação que a acusa pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução da justiça. Se eleita, ela teria imunidade e só poderia ser processada ao final de seus cinco anos de mandato, em 2026.
Tese de fraude
As proibições impostas pelo juiz nesta segunda-feira incluem o contato com qualquer testemunha ligada aos casos pelos quais ela é investigada, entre elas Miguel Torres e Lourdes Flores.
Torres e Flores estão entre os colaboradores mais próximos da candidata em sua luta pela anulação de mais de 200 mil votos nas eleições presidenciais de 6 de junho.
Keiko, que perdeu para Pedro Castillo por pouco mais de 40 mil votos, denunciou a existência de fraude de mesa e irregularidades generalizadas por parte de seu rival, sem, no entanto, ter fornecido nenhuma prova confiável de suas denúncias.
Torres e Flores têm sido peças-chave em sua campanha para fazer com que a opinião pública e o Júri Nacional Eleitoral (JNE) aceitem a tese dessa fraude.