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| Foto: HENRY MILLEO /Gazeta do Povo

Quase duas semanas após a morte de cinco jovens em uma festa de Buenos Aires, um juíz emitiu uma ordem para proibir qualquer festa com música de fins comerciais na capital argentina. A medida foi imediatamente rechaçada por uma instância superior, que afirma que não acatará a proibição. O objetivo da decisão, segundo o juíz, é combater a venda de drogas em eventos de música eletrônica na cidade conhecida pela sua intensa vida noturna.

Em sua decisão desta sexta-feira, o juíz Roberto Gallardo disse que existe um quadro de impunidade e de falta de controle estatal sobre a atividade noturna. A medida proíbe toda atividade comercial de baile com música ao vivo ou música gravada em Buenos Aires até que a administração da capital apresente um plano de atuação para evitar a venda de drogas em festas eletrônicas.

Além disso, o juíz ordenou que o governo notifique as autoridades da capital e feche imediatamente os locais que desobedecerem a sua decisão — que exclui os centros culturais e bailes de tango.

“A ideia não é proibir toda a atividade que não tem a ver com a música eletrônica, mas nós não tempos capacidade operacional para discriminar quais são as festas de música eletrônica e quais não são”, disse uma fonte envolvida no caso.

A determinação, que ameaça a intensa e famosa vida noturna de Buenos Aires, vem pouco mais de duas semanas após cinco jovens terem morrido em uma festa de música eletrônica na cidade. Os argentinos haviam consumido drogas sintéticas poucas horas para o festival “Time Warp”. Outros cinco jovens foram internados em estado grave.

O episódio causou comoção no país e evidenciou a falta de controle sobre o largo esquema de venda de drogas neste tipo de festas.

No entanto, a câmara que regula este tipo de atividade comercial em Buenos Aires adiantou que a proibição de Gallardo não será acatada. O presidente do órgão, Jorge Becco, negou que as discotecas da cidade não obedeçam às normas do Estado e disse que, no lugar de prevenir outras tragédias, a proibição promoveria festas descontrolads em casas ou locais privados.

“Como vamos acatar uma medida uma medida totalmente inconstitucional e que não tem nada a ver com nada? É o mesmo que encontrar carne estragada em um açougue e, por isso, fechar o negócio do vendedor de verduras”, disse Becco à imprensa local.

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