O Conselho Judiciário do Equador, responsável por fiscalizar as ações da Justiça do país, decidiu suspender, em uma sessão extraordinária realizada nesta terça-feira (9), o juiz de Garantias Penitenciárias de Guayaquil, Diego Poma, que foi o responsável por ordenar a transferência de José Adolfo Macías, o “Fito”, da penitenciária de segurança máxima La Roca para o presídio regional de Guayaquil, de onde as autoridades confirmaram sua fuga no último domingo (7).
O plenário do órgão considerou que, com sua decisão, Poma violou a independência interna dos servidores do Poder Judiciário.
A fuga de “Fito”, líder da Los Choneros, a maior facção criminosa do Equador, desencadeou uma série de ações violentas pelo país.
Macías havia sido colocado no presídio de segurança máxima La Roca em agosto do ano passado, como parte de uma operação do governo visando desmantelar as organizações criminosas que atuam a partir dos estabelecimentos penitenciários.
Apesar da ação explícita do governo, o juiz Poma decidiu acatar um pedido da defesa de Macías e determinou que ele fosse levado de volta para o presídio regional de Guayaquil, onde, segundo informações da mídia local, supostamente contava com privilégios e proteção.
Segundo informações do jornal El Universo, o presidente Daniel Noboa denunciou que houve um vazamento de informações que permitiu a fuga de Macías. O chefe da Los Choneros já havia escapado da prisão uma outra vez em 2013, juntamente com diversos outros detentos.
De acordo com o portal equatoriano Primicias, essa não é a primeira vez que o juiz Poma é envolvido em uma controvérsia. Ele também já estava sendo investigado pelo Conselho Judiciário por conceder um pedido de liberdade condicional em agosto de 2021 para Dritan Rexhepi, conhecido como o “rei da cocaína” no Equador.