Nova York - Logo depois de a Justiça de Nova York ter retirado oficialmente as acusações de estupro contra ele, o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn afirmou ter vivido um pesadelo nos últimos meses e agora tentará reconstruir a vida junto com a família na França.
Com a decisão, antecipada pela mídia norte-americana nos últimos dias, o economista fica livre para retornar a Paris. Desde julho, quando começou a reviravolta no caso, Strauss-Kahn já havia recebido permissão para circular livremente pelos EUA.
Em maio, quando estava dentro de um avião no aeroporto de Nova York para viajar para a França, o então diretor-gerente do FMI foi preso por autoridades norte-americanas. Acusado de estuprar uma camareira em uma suíte de um hotel em Manhattan, o economista chegou a ser levado para um presídio antes de conseguir direito à prisão domiciliar mediante o pagamento de fiança.
Segundo a decisão da Justiça, com base em relatório da promotoria, não havia como levar o caso adiante porque Nafissatou Diallo, que dizia ter sido estuprada por Strauss-Kahn, era uma testemunha sem credibilidade por já ter mentido em depoimentos no passado. Ela também apresentou contradições em trechos de sua acusação contra Strauss-Kahn.
Na avaliação de relatório da promotoria, as evidências físicas indicam ter ocorrido "uma relação sexual apressada e consensual" envolvendo Strauss-Kahn e Diallo. Mas, sem uma testemunha crível, não dá para dizer que ocorreu um estupro. O economista é casado com a jornalista e milionária francesa Anne Sinclair, que pagou todos as custas do processo.
Ao deixar a corte, Strauss-Kahn falou rapidamente com os jornalistas. "Eu pretendo retornar para meu país [França], mas tenho alguns pequenos assuntos que preciso cuidar antes", disse, sem entrar em detalhes.