Em fato raríssimo, uma juíza comunista checa aposentada, de 86 anos, foi condenada nesta quinta-feira em Praga a oito anos de prisão por "cumplicidade de assassinato" no caso da execução, em 1950, de quatro pessoas, entre elas uma política, após um julgamento manipulado.

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"Todos nós sabemos que ela não passará um único dia na prisão, devido a sua idade avançada e a seu estado de saúde. Trata-se, portanto, de uma condenação moral", destaca o veredicto pronunciado 57 anos depois dos fatos.

Na época promotora, Ludmila Brozova-Polednova é a última sobrevivente dos magistrados na origem da condenação a morte da famosa deputada Milada Horakova, a única mulher executada por motivos políticos na antiga Checoslováquia comunista.

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A justiça considerou nesta quinta-feira que o processo de 1950 não constituía um "erro judicial, mas um assassinato legal", pois a magistrada estava ciente de que a culpabilidade e a punição dos réus havia sido decidida pelo poder antes mesmo do início do simulacro de julgamento.

Ludmila Brozova-Polednova "não era uma observadora passiva durante o processo, mas uma protagonista ativa do processo que permitiu a liquidação física de quatro opositores políticos por meio do aparelho judiciário", segundo o veredicto.

Milada Horakova, Jan Buchal, Zavis Kalandra e Oldrich Pecl foram condenados à morte e executados no dia 27 de junho de 1950.