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Aileen Cannon, juíza principal do processo criminal contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, ordenou nesta terça-feira (20) que o julgamento do caso que envolve os documentos confidenciais encontrados na casa de Trump na Flórida seja realizado a partir do próximo dia 14 de agosto em Fort Pierce, a 208 km de Miami, na Flórida.
No despacho assinado nesta terça-feira, a magistrada indica que o período para a realização do julgamento do júri é de "duas semanas a partir do dia 14 de agosto" e que, se por qualquer motivo for adiado, deve ser realizado “o mais cedo possível".
O prazo para a defesa e a promotoria apresentarem seus requerimentos relativos ao julgamento termina no próximo dia 24 de julho e uma audiência será realizada no dia 8 de agosto para tratar de todas as questões de calendário.
O procurador especial Jack Smith, encarregado pela investigação do caso, prometeu que o julgamento contra Trump e seu assistente, Waltine Nauta, acusado de cúmplice, será "rápido" e "de acordo com o interesse público e os direitos dos acusados".
Trump foi acusado no último dia 13 de junho nos tribunais de Miami por 37 crimes federais. Das 37 acusações, das quais ele se declarou inocente, 31 são por reter deliberadamente documentos relacionados à defesa dos EUA. O ex-presidente também é acusado de obstruir a Justiça e ocultar "de maneira corrupta" documentos ou registros.
Alguns dos crimes pelos quais Trump será julgado são puníveis com pena máxima de 20 anos de prisão e multa de US$ 250 mil. Trump é o primeiro presidente ou ex-presidente da história americana a ser acusado criminalmente pela Justiça Federal dos EUA.
A juíza Cannon, que é de origem colombiana e cubana e foi nomeada por Trump em 2020 para o cargo de juíza do Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul da Flórida, tem seu tribunal em Fort Pierce, razão pela qual o julgamento será realizado nessa cidade, que fica localizada no condado de Palm Beach, na Flórida, a mesma onde Trump tem sua residência legal.
O despacho emitido nesta terça-feira está dirigido à defesa e à acusação com vista a preparação do julgamento e estabelece prazos para todos os procedimentos anteriores.
Na segunda-feira (19), outro juiz da corte responsável pelo caso de Trump, Bruce E. Reinhart, proibiu os advogados do ex-presidente de compartilhar com pessoas de fora da defesa as provas produzidas sobre as acusações contra ele.
Reinhart observou em seu pedido que tanto Trump quanto o público, a mídia e as redes sociais estão incluídos no pedido. Os acusados só terão acesso às evidências "sob a supervisão direta do advogado de defesa ou de um membro da equipe do advogado de defesa".
"Os acusados não ficarão com cópias do material”, diz a sentença do juiz.