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Presa desde dezembro de 2009, primeiro em uma prisão feminina e depois em domicílio, a juíza Maria Lourdes Afiuni conseguiu nesta sexta-feira a liberdade condicional, o que indica que os 16 militares que por dois anos e quatro meses tomaram conta de sua casa poderão deixar o local. A medida era esperada desde a semana passada, quando a fiscal Luisa Ortega Díaz solicitou liberdade para que a juíza tratasse de problemas de saúde. O advogado da juíza, José Amalio Graterol, informou que o boletim médico mostra que Afiuni deve passar por uma cirurgia por causa de uma infecção no ovário.

Com a medida, Afiuni terá que se apresentar a cada 15 dias no Tribunal. Ela continua proibida de sair do país ou de falar com os meios de comunicação sobre o caso. A juíza foi presa após conceder a liberdade condicional ao empresário Eligio Cedeño, acusado de evasão de divisas mas que, segundo explicou a magistrada naquele momento, havia superado o tempo máximo de prisão no país sem condenação firme (dois anos). Desde então, sua vida tornou-se verdadeiro pesadelo.

Afiuni esteve 14 meses detida numa prisão feminina, onde sofreu ameaças de morte, ataques com facas e gasolina em sua cela e constantes humilhações. Ela só obteve o benefício da prisão domiciliar em fevereiro de 2011, porque teve de ser operada de tumores no útero e, desde então, está às voltas com lesões ainda não diagnosticadas em um dos seios. Quando foi operada, seus parentes asseguram que mais de cem oficiais estiveram no hospital - até dentro da sala de operações.

O caso Afiuni foi um dos grandes destaques do último relatório da Human Rights Watch sobre a Venezuela, intitulado "Apertando o cerco: concentração e abuso de poder na Venezuela de Chávez". O documento assegura que antes da detenção da juíza, seus colegas tinham medo de questionamentos públicos pelo Palácio Miraflores. Desde dezembro de 2010, apontou a ONG, havia medo de se terminar como Afiuni.

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