O presidente do Clube de Juízes, principal associação da magistratura egípcia, Ahmed el Zend, anunciou neste domingo (2) que os magistrados do país decidiram não supervisionar o referendo sobre a nova Constituição, previsto para o próximo dia 15 de dezembro.

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Em entrevista coletiva realizada na sede do organismo no Cairo, El Zend explicou que na reunião que realizou hoje com as diferentes sedes provinciais de sua associação decidiram por unanimidade boicotar a consulta popular convocada ontem pelo presidente egípcio, Mohammed Mursi.

No Egito, os magistrados são os encarregados de supervisionar as eleições e durante o período de transição já exerceram este papel nos pleitos legislativos e os presidenciais.

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Durante o ato na sede do Clube de Juízes, o juiz Ibrahim Darwish, especialista em Constituição, criticou a forma como foi redigida a Carta Magna e sua aprovação pela Assembleia Constituinte sem que haja um consenso, após a retirada dos laicos e dos liberais.

Esta decisão coincide com o anúncio do Tribunal Constitucional egípcio de suspender suas sessões até que se lhe permita trabalhar "sem pressões", depois que os protestos impediram os magistrados de pronunciar-se hoje sobre a validade da Assembleia Constituinte.

A assembleia, que goza de imunidade desde que no último dia 22 de novembro Mursi a declarou indissolúvel, aprovou na sexta-feira passada a minuta da Constituição apesar do boicote de seus membros não islamitas.

Por sua parte, as forças liberais e laicas convocaram uma passeata rumo ao palácio presidencial no Cairo na próxima terça-feira para expressar sua rejeição à minuta da Constituição.

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