O julgamento do ex-presidente peruano Alberto Fujimori, por abusos aos direitos humanos, entrou nesta quarta-feira (13) em sua fase final, com o depoimento da última testemunha.

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Foram 90 audiências desde dezembro, com 82 testemunhas convocadas pelos promotores e pelos advogados das vítimas e do ex-presidente, de 70 anos.

Fujimori é suspeito pela morte de 25 pessoas, inclusive uma criança, numa chacina realizada por esquadrões da morte criados por agentes das forças de segurança para perseguir guerrilheiros. A promotoria pede 30 anos de prisão para o ex-presidente.

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Mas analistas dizem que uma pena elevada poderia complicar o presidente Alan García, ele próprio acusado de violações a direitos humanos durante o seu primeiro mandato (1985-90).

"Fica claro a esta altura que já não é necessário esperar uma sentença; Fujimori deu aval aos crimes do [esquadrão paramilitar] Grupo Colina", disse à Reuters Salomón Lerner, que presidiu uma comissão oficial que investigou a violência política no Peru.

Fujimori foi presidente entre 1990 e 2000, quando, acuado por diversos escândalos, fugiu para o Japão, onde viveu protegido pela cidadania herdada dos pais. Cinco anos depois, viajou repentinamente ao Chile, onde foi detido e afinal extraditado, em setembro de 2007.

O último depoimento do processo foi do ex-assessor do serviço de inteligência Rafael Merino. Ainda deve haver a apresentação dos trabalhos de dois peritos locais e um norte-americano, especialista em documentos liberados pelo governo dos EUA, segundo fontes judiciais e uma entidade observadora.

Em seguida deve ocorrer a apresentação de documentos, gravações de áudio e vídeos relevantes, junto com as alegações finais da defesa e da acusação.

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"Na última diligência, o tribunal pedirá a palavra de Fujimori. É difícil falar de prazos, mas a sentença se espera para novembro. A sala ditará medidas para evitar qualquer dilação do processo", disse uma fonte judicial.