BAGDÁ - Foi adiado mais uma vez o julgamento de Saddam Hussein. O juiz Raouf Abdel Rahman marcou para o dia 12 de março a próxima audiência pública contra o ex-ditador iraquiano, que é acusado de uma série de crimes contra a humanidade durante o longo período em que esteve comandou o Iraque.
Na sessão desta quarta-feira - que começou às 11h40 (5h40 de Brasília) - uma série de novas provas contra Saddam foram apresentadas pelos promotores públicos. São documentos, imagens de satélite e fitas cassete que relacionam o ex-líder iraquiano a homicídios ocorridos na década de 1980.
Sem os corriqueiros tumultos provocados pelos familiares do réu, a audiência desta quarta-feira transcorreu com tranqüilidade. Pelo segundo dia consecutivo, a promotoria exibiu ao júri documentos assinados por Saddam autorizando o massacre de moradores da cidade xiita de Dujail, como represália por uma tentativa de assassinato contra ele na região em 1982. Na ocasião, 148 pessoas morreram e outras 400 foram presas. Os documentos apresentam assinaturas que, segundo o promotor-chefe, Jaafar al-Moussawi, seriam de Saddam e de Ibrahim.
- Este documento condena as 148 vítimas a enforcamento até a morte - disse Moussawi.
Documentos semelhantes foram apresentados na terça-feira ao tribunal. Bandar, que também é réu no julgamento, e os advogados de defesa de Saddam questionam a autenticidade dos documentos. O juiz Raouf Abdel-Rahman disse que as provas serão analisadas antes de serem consideradas autênticas.
Os advogados do ex-ditador tentam adiar indefinidamente as sessões e trocar o juiz do processo. Eles acusam Raouf Abdel-Rahman de ser "tendencioso".