O julgamento do ex-presidente do Iraque Saddam Hussein, que estava marcado para recomeçar nesta terça-feira, foi novamente adiado, por falta de testemunhas. A corte marcou para o próximo domingo a continuação do processo.
- Algumas testemunhas estão fora do país, de modo que a primeira câmara do juri decidiu adiar a sessão até domingo - afirmou o porta-voz da corte, Raed Jouhi.
O julgamento de Saddam Hussein já havia sofrido outros adiamentos, entre outros motivos por causa das mudanças na presidência do juri. Nesta segunda-feira, a corte havia indicado o terceiro juiz responsável pelo caso: o curdo Raouf Abdel Rahman.
O caso está envolvido em polêmica desde o início do mês, quando o juiz curdo Rizgar Amin renunciou à presidência do tribunal, alegando interferência do governo no processo. Amin protestava contra a pressão política que dizia sofrer para acelerar o julgamento e impedir os discursos de Saddam quando levado à corte.
Após a renúncia de Amin, o tribunal escolheu o juiz Sayeed al-Hamashi para substituí-lo, mas seu nome e de outros 19 juízes foram vetados semana passada por suspeita de ligação com o partido Baath, de Saddam Hussein. Hamashi negou as acusações mas o tribunal decidiu escolher um novo magistrado para o caso.
Rahman, o novo presidente do juri, já exercia a função de juiz durante o regime de Saddam Hussein. O julgamento pelo massacre de 148 xiitas na cidade de Dujail começou em 19 de outubro do ano passado.