Uma greve de advogados provocou nesta terça-feira (9) o adiamento do julgamento do capitão do cruzeiro Costa Concordia, Francesco Schettino, pelo naufrágio registrado em 2012 em frente à ilha de Giglio, na Itália, no qual morreram 32 pessoas.
O processo, realizado em Grosseto, no centro da Itália, foi adiado para o dia 17 de julho, já que, como estava previsto, alguns dos advogados que participam do julgamento, entre eles o defensor de Schettino, Domenico Pepe, declararam adesão à greve.
Por causa deste fato, o presidente do tribunal, Giovanni Puliatti, teve que adiar a sessão para primeira data disponível.
Entre as 32 vítimas do naufrágio em questão, dois corpos ainda não foram resgatados.
Embora o adiamento do julgamento fosse previsto, Schettino chegou a comparecer ao teatro de Grosseto, transformado em tribunal para acomodar as partes envolvidas e o público.
Antes de entrar na sala de aula para comunicar sua adesão à greve, o advogado do comandante ressaltou que o tribunal deve levar em consideração o fato de que os outros acusados pelo naufrágio estão sendo acusados com penas mínimas, enquanto Schettino pode pegar até 20 anos de prisão.
O advogado afirmou que Schettino admitiu suas próprias culpas ao aproximar o cruzeiro da costa, o que provocou sua colisão contra um rochedo, mas que depois atuou com responsabilidade para salvar a vida dos passageiros, negando que teria abandonado o navio.
No último dia 22 de maio, o juiz da audiência preliminar Pietro Molino decidiu julgar o comandante Schettino sob a acusação de homicídio culposo múltiplo, abandono do navio, naufrágio e por não ter informado imediatamente às autoridades portuárias sobre a colisão que causou o naufrágio no dia 13 de janeiro de 2012.
Neste julgamento, se apresentaram como 242 partes litigantes, entre passageiros, grupos ambientalistas, Prefeituras e também o grupo Costa Cruzeiros, proprietário da embarcação.
Ontem, pelo mesmo motivo, a audiência preliminar do processo paralelo foi adiada para o dia 20 de julho, data em que será decidido a confirmação das penas pactuadas (entre um e dois anos de reclusão) pelos outros acusados do naufrágio: o responsável da ponte de comando, Ciro Ambrosio; a oficial, Silvia Coronica; o timoneiro Jacob Rusli, o chefe dos serviços de bordo, Manrico Giampedroni, e o chefe da unidade de crise de Costa Cruzeiros em terra, Roberto Ferrarini.