Quem é quem
Veja as principais forças políticas na crise do Egito
Manifestantes na Praça Tahrir
O grupo heterogêneo formado por jovens e trabalhadores, entre outros, defende a saída da junta militar e do marechal Mohamed Hussein Tantawi.
Movimento 6 de A
O grupo de oposição que iniciou os protestos populares quer que a junta militar entregue o poder a um governo de unidade nacional.
Irmandade Muçulmana
A organização islâmica, que se distanciou dos protestos na Praça Tahrir, tem feito campanha organizada para disputar as eleições e defende que o pleito seja realizado, apesar da turbulência política.
Partido Novo WAFD
Com integrantes da elite financeira, apoia a posição da junta militar com a definição de data para as eleições, a mesma posição dos antigos membros do Partido Nacional Democrático, de Mubarak.
Bloco Egípcio
O partido liberal e de centro-esquerda é a favor da permanência da junta militar e do governo de unidade nacional.
Manifestantes fazem "bota-fora" na praça
Milhares de manifestantes gritando "Fora!, Fora!" se reuniram na Praça Tahrir, no Cairo, em um grande protesto contra o conselho militar que comanda o Egito. O apelo por democracia e pelo fim do regime dos militares no país é chamado pelos organizadores de "protesto da última chance". Na quinta-feira, os militares disseram que as eleições parlamentares marcadas para começar na segunda-feira vão seguir como foi planejado.
O xeque Mazhar Shahin, que liderou milhares de fiéis rumo à praça, pediu que a junta militar entregue o poder a um governo de salvação nacional. O líder religioso afirmou que as pessoas devem permanecer na praça até que suas demandas sejam atendidas.
O novo primeiro-ministro egípcio, Kamal el Ganzouri, disse ontem que vai dispor de "mais poderes do que qualquer outro chefe de governo" no passado, e que vai buscar "prerrogativas completas para servir ao Egito". As declarações vêm no mesmo dia em que um protestos em massa acontece no Cairo pela saída imediata do poder da junta militar.
Em sua primeira intervenção como primeiro-ministro após a designação pela junta militar, Ganzouri assegurou que "as prerrogativas que outorgaram superam em muito o que já foi concedido a qualquer outro gabinete".
Segundo o ex-membro do regime de Mubarak, não será possível formar um governo antes das eleições parlamentares, que estão agendadas para a próxima segunda-feira. Ele acrescentou que o presidente da junta militar, o marechal o marechal Hussein Tantawi, "não tem intenção de se manter no poder".
Ganzouri disse que "muito rapidamente" deve se aprovar uma emenda para delimitar suas prerrogativas como primeiro-ministro, e apresentou suas experiências como aval para a sua gestão.
"Se o marechal tivesse intenção de continuar no poder, eu não aceitaria essa missão", afirmou, para acrescentar que, se a pessoa designada para o gabinete "esperasse receber instruções, não mereceria o posto".
Insistência
Apesar da insistência dos manifestantes em pedir a renúncia da junta militar, o Conselho Superior das Forças Armadas (CSFA) afirmou que deixar o poder nesse momento significaria uma "traição" contra a confiança da população, ressaltando que o Exército não perderia a liderança por conta de uma multidão "entoando coros".
Tantawi emitiu ontem um decreto pelo qual encarrega Ganzouri para formar um governo de união nacional e concede a ele "todas as prerrogativas", informou a tevê estatal. A formação de um governo de salvação nacional é uma das reivindicações dos manifestantes que exigem o fim do governo militar.
Ganzouri foi premiê durante o regime de Hosni Mubarak de 1996 a 1999. O ex-ditador renunciou em 11 de fevereiro após sofrer pressão de uma revolta popular.
Durante os três anos em que foi premiê, ele introduziu algumas medidas de liberalização econômica.
Mudança de lado
Após a revolta que derrubou Mubarak, Ganzouri se mostrou, em várias ocasiões, favorável aos manifestantes.
Em uma entrevista dada em 14 de fevereiro ao jornal Al Masri al Youm, ele declarou que "se Mubarak tivesse desfeito o governo, a situação não teria chegado tão longe".
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