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Os Irmãos Muçulmanos denunciaram neste sábado (10) as tentativas da Junta Militar egípcia de não respeitar a vontade popular expressada nas urnas e os poderes do próximo Parlamento, embora tenham rejeitado um choque entre o grupo e os dirigentes militares.

Em comunicado, o agrupamento explicou que a última dessas tentativas foi a formação de um Conselho Consultivo, composto por líderes políticos, intelectuais e juristas, que está encarregado de assessorar os dirigentes militares durante o período de transição.

Para os Irmãos Muçulmanos, este órgão consultivo, do qual decidiram retirar seus representantes no último momento, significa "uma nova astúcia que viola a soberania do povo e seu Parlamento".

"Não permitiremos que essa agressão à soberania do povo continue, por isso pedimos a todos que respeitem a vontade popular e que os responsáveis dessas astúcias desistam de suas tentativas pelo bem da pátria e para instaurar uma vida democrática sadia", ressaltou o grupo islamita.

A formação também criticou as recentes declarações de alguns membros da Junta Militar, que assegurou esta semana que o próximo Parlamento não será representativo o suficiente para supervisionar de forma independente a redação da Constituição, por isso seria necessário formar o conselho.

Na primeira fase das eleições legislativas, os grupos islamitas conseguiram uma grande vitória, com o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), dos Irmãos Muçulmanos, na frente, com 36,6% dos votos.

Em sua nota, o grupo denunciou que as declarações destes generais se contrapõem com os fundamentos da democracia, já que tiram do próximo Parlamento o direito de escolher os membros do comitê que elaborará a Constituição.

Entretanto, o agrupamento islâmico negou que suas divergências com a Junta Militar possam causar uma crise entre eles. Além disso, expressaram sua confiança na "sabedoria" dos dirigentes militares.

A Junta Militar, liderada pelo marechal Hussein Tantawi, dirige o Egito desde a renúncia de Hosni Mubarak, em fevereiro, após 18 dias de protestos.

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