A Junta Militar que dirige o Egito desde a queda do ex-presidente Hosni Mubarak anunciou nesta segunda-feira (23) que transferiu o poder legislativo, que ostentava de forma provisória, à nova Câmara Baixa (ou Assembleia do Povo) constituída nesta segunda.
Em mensagem dirigida aos novos deputados, o marechal Hussein Tantawi, chefe da cúpula militar, oficializou a transferência da capacidade legislativa ao Parlamento e prometeu que também cederá os poderes ao novo presidente, que será eleito antes de junho.
Os generais se comprometeram também a "completar a missão que começaram", primeiro realizando as eleições para Câmara Alta (ou Conselho da Shura), que começarão no próximo dia 29, e depois com a eleição de uma Assembleia Constituinte pelos membros do Parlamento para redigir a nova Constituição.
"Eu gostaria de estender em meu nome e em nome dos membros do Conselho Superior das Forças Armadas minhas sinceras felicitações pela confiança depositada nos senhores pelo grande povo egípcio, que elegeu seus representantes nas primeiras eleições após a gloriosa Revolução de 25 de Janeiro", disse Tantawi.
O marechal também demonstrou sua satisfação pelo desenvolvimento das eleições legislativas "cuja participação não tem precedentes na história do Egito, e que foram realizadas com grande transparência e integridade e expressaram a livre vontade do povo".
O Egito inaugurou nesta segunda (23) seu primeiro Parlamento da era pós-Mubarak, dominado pelos islamitas, com uma sessão marcada pela homenagem aos mártires da revolução egípcia e pelos pedidos por democracia e consenso.
Nesta reunião, que aconteceu dois dias antes do primeiro aniversário da revolução que derrubou o regime de Hosni Mubarak, os deputados elegeram presidente do Parlamento por maioria absoluta o islamita Saad Katatni, do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político dos Irmãos Muçulmanos.
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