Um tribunal do Texas indiciou na terça-feira o vice-presidente do Estados Unidos, Dick Cheney, e o ex-procurador-geral Alberto Gonzales por "atividade de crime organizado" relacionada ao suposto abuso de detentos em prisões privadas.

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O indiciamento ainda não foi conferido por um juiz, que pode rejeitá-lo.

O júri do condado de Willacy, no vale do Rio Grande, perto da fronteira com o México, disse que Cheney "lucrou ao privar seres humanos de sua liberdade", de acordo com uma cópia do indiciamento obtida pela Reuters.

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O texto também cita um "rastro de dinheiro" de Cheney em empresas relacionadas a prisões, incluindo o Vanguard Group, que detém parte de prisões privadas no sul do Texas.

O ex-procurador-geral usou seu cargo para "impedir investigações de desvio de conduta" em casos de agressões nas prisões do condado, segundo o indiciamento.

O gabinete de Cheney não quis comentar o assunto. "Não recebemos nenhum indiciamento. Não posso comentar sobre algo que ainda não recebemos", disse a porta-voz do vice-presidente Megan Mitchell.

O indiciamento, examinado pelo procurador distrital do condado, Juan Guerra, cita o caso de Gregorio De La Rosa, que morreu no dia 26 de abril de 2001 dentro de um prisão do condado de Willacy.

O júri escreveu que tomou sua decisão "com grande tristeza", mas disse que não tinha outra escolha a não ser indiciar Cheney e Gonzales, "porque amamos nosso país".

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O Texas é o Estado natal do atual presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

Bush e seu governo republicano estão no poder desde janeiro de 2001 e deixam a Casa Branca no dia 20 de janeiro, quando Barack Obama assume a Presidência. Gonzales foi procurador-geral de 2005 a 2007.