Jean Charles foi morto em julho de 2005, após ser confundido com um terrorista pela polícia inglesa.| Foto: HO/AFP

Um júri britânico recusou-se nesta sexta-feira (12) a eximir de culpa a Polícia Metropolitana de Londres no episódio que resultou na morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, confundido com um terrorista por agentes à paisana no metrô da capital inglesa. O júri concluiu que uma série de erros da polícia causaram a morte do imigrante brasileiro.

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O júri entregou um "veredicto aberto", após receber do juiz de instrução a informação de que havia apenas duas decisões possíveis: ou um veredicto de homicídio dentro da lei ou um veredicto aberto.

O veredicto aberto significa que o júri não chegou a uma conclusão. A família do brasileiro qualificou a investigação como um acobertamento.

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A investigação encerrada nesta sexta-feira examinou os fatos envolvendo o assassinato de Jean Charles em 22 de julho de 2005, duas semanas depois de quatro militantes suicidas terem provocado a morte de 52 pessoas em atentados contra o sistema de transporte público de Londres.

Jean Charles teria sido confundido com um suspeito de terrorismo O brasileiro morava no mesmo prédio que Hussain Osman, suspeito em uma fracassada tentativa de atentado um dia antes da morte de Jean Charles.

A decisão do júri representa uma derrota para a polícia londrina, que insistia que buscava proteger a população de um atentado suicida quando ocorreu a morte. "A justiça ainda não foi feita", afirmou a mãe de Jean Charles, Maria Otone de Menezes. "Os policiais cometeram muitos erros. Houve muitas falhas deles."

Os jurados, respondendo a questões do magistrado, disseram não acreditar na versão de um dos policiais, segundo a qual ele gritou "polícia armada" antes de abrir fogo. Também contestaram o relato de que o brasileiro andou em direção aos policiais antes de ser morto.

Nenhuma pessoa foi acusada pela morte de Menezes. No ano passado, um tribunal londrino culpou a polícia metropolitana por violar as normas de segurança e saúde pública durante o tiroteio A força pública foi multada em 560 mil libras esterlinas (US$ 820 mil). As informações são da Associated Press.

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