O ditador venezuelano Nicolás Maduro está sob investigação nos Estados Unidos, acusado um esquema de desvio de recursos e de lavagem de dinheiro na PDVSA, a petrolífera venezuelana. Segundo o jornal americano Miami Herald, cerca de US$ 1,2 bilhão foram desviados.
As oito pessoas são acusadas pela Justiça americana de desviar recursos originários da indústria petrolífera venezuelana, que passa por uma forte crise, e de explorar o sistema de câmbio do país sul-americano para acumular fortunas ilegais nos Estados Unidos e outros países.
Para alavancar os lucros, aponta o jornal, os réus aproveitavam a facilidade para acessar o sistema cambiário venezuelano, que oferece taxas muito mais favoráveis do que as disponíveis à maioria da população e bem melhores dos que as do mercado paralelo. Os bolívares obtidos eram convertidos em dólares e euros e eram aplicados em investimentos no exterior, principalmente no Sul dos Estados Unidos e na Europa.
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Entre os oito, estão três enteados de Maduro, que teriam recebido cerca de US$ 200 milhões em fundos venezuelanos e transferidos para um banco europeu entre o final de 2014 e o início de 2015.
Outros US$ 80 milhões, segundo o Miami Herald, teriam ido para o empresário Raúl Gorrín, dono da rede de televisão Globovision. Ele tem fortes ligações com Maduro e foi duramente criticado por transformar o canal, antes pró-oposição, em amigável a Maduro. O advogado de Gorrín em Miami, Howard Srebnick, negou que o empresário esteja envolvido em qualquer lavagem de dinheiro.
Segundo a Bloomberg, um banqueiro já foi preso por envolvimento no esquema: Mathias Krull, ex-gerente de altas fortunas do banco suíço Julius Baer para a Venezuela.
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Os Estados Unidos já puniram, pelo menos, 48 venezuelanos, incluindo Maduro, acusados de ter ligações com escândalos de corrupção. Dezenas de milhares de vistos foram revogados. As medidas mais recentes foram anunciadas em maio, proibindo a compra de títulos de dívida emitidos na Venezuela, incluindo a PDVSA.
No início do mês, os Estados Unidos revogaram o visto de Asdrubal Chavez, primo de Hugo Chavez e presidente da Citgo Petroleum, o braço da petrolífera venezuelana nos EUA.
Outros países tem investigado lavagem de dinheiro na Venezuela. Em 2016, a Suíça apreendeu US$ 118 bilhões em ativos financeiros de um executivo venezuelano que admitiu subornar funcionários da PDVSA para obter US$ 1 bilhão em contratos de fornecimento de energia.
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