A justiça da Argentina determinou o bloqueio de bens e a quebra de sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Alberto Fernández, em meio a um escândalo envolvendo a contratação irregular de seguros e desvio de dinheiro público. As informações foram reveladas pelo jornal Clarín, nesta terça-feira (9).
As investigações começaram com uma denúncia, que foi acatada pelo Ministério Público argentino em fevereiro, quando o peronista foi denunciado formalmente. O caso gira em torno de irregularidades geradas a partir de um decreto presidencial de 2021 do antigo governo, que impôs ao setor público a obrigação de contratar seguros para empréstimos a aposentados e pensionistas exclusivamente com a empresa Nación Seguros.
Segundo as denúncias recebidas pelo MP, a estatal subcontratou intermediários que recebiam comissões de 17%, taxa três vezes superior às de mercado, e cujos ganhos chegaram a 20 bilhões de pesos argentinos por ano (R$ 120 milhões em valores atuais).
A legislação argentina proíbe a subcontratação de apólices, motivo pelo qual o peronista e ao menos outras 32 pessoas estão sendo investigadas, por ordem do juiz federal Julián Ercolini, incluindo o corretor de seguros Héctor Martínez Sosa; sua esposa e ex-secretária do chefe de Estado, María Marta Cantero; além do ex-chefe da Nación Seguros Alberto Pagliano. Fernández nega as acusações.