O veredito do julgamento que coloca a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no banco dos réus por suposta corrupção cometida durante seus mandatos como presidente (2007-2015) será anunciado na próxima terça-feira (6), segundo anunciou nesta terça-feira (29) o tribunal que cuida do caso.
Depois de ouvir as declarações finais de Cristina, que os chamou de “pelotão de fuzilamento”, os juízes Jorge Gorini, Andrés Basso e Rodrigo Giménez Uriburu, membros do Tribunal Oral Federal 2, afirmaram que deliberarão na próxima terça-feira para emitir sua sentença.
Esta não é a única causa que Cristina enfrenta na Justiça, mas a polêmica se intensificou no ano passado depois que conseguiu o arquivamento de três causas - Dólar Futuro, Memorando com o Irã e Hotesur e Los Sauces - antes que começassem as audiências orais, embora as três estejam em análise nas instâncias superiores.
Por sua vez, o caso conhecido como Cadernos da Corrupção ainda não foi levado a julgamento.
No caso que está tramitando atualmente, que tem 13 réus, são julgadas as supostas irregularidades na concessão de 51 obras públicas a empresas do empresário Lázaro Báez durante os governos do falecido Néstor Kirchner (2003-2007) e sua esposa Cristina (2007-2015) na província de Santa Cruz, berço político do kirchnerismo.
O presidente argentino, Alberto Fernández, expressou seu apoio à sua vice-presidente nesta terça-feira em sua conta no Twitter: “Como disse Francisco Carrara, quando a política entra nos tribunais, a justiça escapa pela janela”.
A vice-presidente é acusada de ter cometido crimes de associação ilícita e administração fraudulenta de fundos públicos, pelos quais, em 22 de agosto, o Ministério Público requereu a pena de 12 anos de prisão e a inabilitação perpétua para o exercício de cargos públicos.
Em 1º de setembro, a ex-presidente saiu ilesa de um atentado cometido em frente à porta do prédio em Buenos Aires onde mora, durante uma manifestação de apoiadores que expressaram seu respaldo após o Ministério Público ter pedido sua condenação por corrupção.