Um juiz convocou a ex-presidente argentina Cristina Kirchner para depor e ordenou a prisão de pelo menos 10 ex-funcionários do governo e empresários em uma investigação sobre o suposto pagamento de propina de empresas ao ministério encarregado de obras públicas.
Cristina, que governou a Argentina de 2007 a 2015 e atualmente exerce o cargo de senadora, fui convocada pelo juiz federal Claudio Bonadío para testemunhar em 13 de agosto por suspeita de ser parte de uma associação ilegal integrada pelos demais investigados, disse nesta quarta-feira, 1, o promotor Carlos Stornelli em entrevista à Radio Mitre.
Mais de 10 ex-funcionários do Ministério de Planejamento e da chefia de Gabinete no governo de Cristina foram presos na madrugada desta quarta e também terão de se apresentar ao juiz federal futuramente para depor sobre o caso. Stornelli disse que estão prevista mais prisões ligadas ao caso.
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O processo tem como base uma investigação do jornal argentino La Nación sobre ao menos oito cadernos que supostamente pertencem ao motorista de um dos ex-funcionários detidos e nos quais foram registradas, de forma manuscrita, desde 2005 e durante uma década, os dias e horários em que várias empresas pagaram subornos milionários em dólares e o destino dessas quantias.
Entre os endereços mencionados nas anotações está o da residência presidencial e de uma casa particular de Cristina e de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), morto em 2010, que também aparece entre os envolvidos no esquema criminoso.
A ex-presidente não fez declarações sobre essa nova acusação.
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Stornelli disse que até o momento já foram reunidas "provas documentais e testemunhais suficientes para dar este passo e seguir ouvindo as explicações". O funcionário do Ministério Público não explicou o motivo do pagamento dos subornos.
A agência Associated Press entrou em contato com o juiz Bonadío, mas seu escritório não quis fornecer informações sobre o caso nem identificar todos os investigados.
De acordo com imagens transmitidas pelos canais de TV do país, entre os detidos está Roberto Baratta, ex-subsecretário de Coordenação e Planejamento e braço direito do ex-ministro de Planejamento Julio De Vido, detido por outras investigações de corrupção e considerado o funcionário mais próximo do casal presidencial.
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