A Justiça da Argentina revogou nesta terça-feira (28) o arquivamento do caso conhecido como “Rota do dinheiro K” e ordenou a retomada das investigações sobre a atual vice-presidente do país, Cristina Kirchner, por supostas manobras de lavagem de dinheiro por parte do empresário Lázaro Báez, com quem o casal Kirchner manteve uma relação estreita durante seus anos no poder.
Segundo o site Infobae, por dois votos a um, a Câmara Federal de Cassação Penal aceitou a argumentação de uma ONG, que se tornou coautora no caso, e determinou a reabertura da investigação contra a vice-presidente. O caso havia sido revelado em 2013, quando Cristina ainda era presidente.
Lázaro Báez e outros 17 réus, incluindo os seus filhos, já haviam sido condenados no caso em 2021 (o empresário, a 12 anos de prisão), por lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de US$ 55 milhões, relativa a superfaturamento de obras públicas. As penas foram confirmadas em segunda instância, mas foram reduzidas.
Em dezembro do ano passado, Cristina Kirchner havia sido condenada em outro caso, também envolvendo Báez, a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para o exercício de cargos públicos pelo crime de administração fraudulenta de recursos públicos.
Kirchner e outros 12 réus haviam sido denunciados pelo Ministério Público federal por supostas irregularidades na concessão de 51 obras públicas a Báez na província de Santa Cruz, berço político do kirchnerismo, durante as presidências do falecido Néstor Kirchner (2003-2007) e de Cristina (2007-2015).
Oito pessoas foram condenadas. As sentenças não foram aplicadas porque os condenados apresentaram recursos. A Câmara Federal de Cassação Penal começará as audiências sobre essas contestações em fevereiro. (Com Agência EFE)