A justiça belga divulgou neste sábado (19) às autoridades locais os nomes e endereços de cerca de 100 padres que cometeram crimes de pedofilia, apesar de a maioria ter prescrito, a fim de evitar que os religiosos reincidam.
A Procuradoria belga elaborou a lista a partir da "Operação Kelk", a investigação judicial realizada sobre os múltiplos crimes de pedofilia registrados pela igreja do país.
Apesar de a maioria dos delitos ter prescrito, visto que foram cometidos há mais de 30 anos, a Procuradoria decidiu distribuir os dados pessoais dos religiosos que seguem com a vida eclesiástica a fim de facilitar seu controle por parte das autoridades locais, segundo publicou neste sábado o jornal belga "Het Laatste Nieuws".
A maioria dos nomes incluídos na listagem tem domicílio em Flandres (norte do país), mas também há um número significativo deles distribuídos por outras regiões da Bélgica, segundo o mesmo meio.
A investigação judicial trouxe à luz cerca de 500 denúncias de abusos de menores cometidos entre 1960 e meados dos anos 1980 na igreja belga, assim como 13 suicídios de vítimas.
Nestes casos, foram implicados alguns altos cargos eclesiásticos como o ex-bispo da diocese de Bruges Roger Vangheluwe, que foi cassado pelo papa Bento XVI em abril do ano passado depois que reconheceu os abusos de uma menor de seu entorno.
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