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Maduro havia dito em agosto que González, cujo paradeiro é desconhecido, se preparava para deixar a Venezuela
Maduro havia dito em agosto que González, cujo paradeiro é desconhecido, se preparava para deixar a Venezuela| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez

O Ministério Público da Venezuela, dominado pelo chavismo, confirmou na noite desta segunda-feira (2) que a Justiça do país emitiu uma ordem de prisão contra o ex-candidato da oposição, Edmundo González.

“O tribunal de primeira instância em funções de controle a nível nacional concorda com uma ordem de apreensão contra Edmundo González Urrutia por crimes graves”, apontou o MP na sua conta no Instagram.

A publicação foi feita poucos minutos depois da divulgação da notícia de que o procurador auxiliar Luis Ernesto Dueñez Reyes havia pedido a detenção do oposicionista por suspeita de seis crimes: usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, conspiração, sabotagem a danos de sistemas e associação criminosa.

A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, manifestou indignação com a ordem de prisão contra González.

“Eles perderam toda a noção da realidade. Ao ameaçar o presidente eleito, apenas conseguem nos unir mais e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González”, escreveu Machado no X, segundo informações do jornal venezuelano El Nacional.

Não se sabe ao certo o paradeiro de González, que não faz aparições públicas há semanas. Em 19 de agosto, o ditador Nicolás Maduro afirmou que o oposicionista estava “foragido da Justiça” desde o dia 3, embora não houvesse até então nenhum pedido ou mandado de prisão contra ele ou Machado.

O ditador também afirmou que González estava “metido numa caverna e preparando sua fuga da Venezuela”, com o objetivo de levar “dinheiro para Miami”.

González havia sido intimado três vezes pela Procuradoria-Geral da Venezuela para que prestasse depoimento numa investigação que apura responsabilidades por um site oposicionista em que foram disponibilizadas cópias das atas de votação da eleição presidencial de 28 de julho.

Tais documentos comprovam que González venceu o pleito, ao contrário do resultado oficial do chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), também controlado pelo regime de Maduro.

González não respondeu a nenhuma das intimações e o procurador-geral Tarek William Saab havia adiantado que deveria pedir a prisão dele caso não comparecesse à terceira e última convocação, marcada para sexta-feira (30).

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